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O senhor da guerra

Biden inicia mandato bombardeando a Somália

Com menos de um mês ocupando a cadeira presidencial, Biden faz questão de reafirmar sua política imperialista

O mandato do 46° presidente dos Estados Unidos mal começou e Joe Biden já começa a fazer jus a seu carinhoso apelido: o senhor da guerra.

Com a justificativa de combater o terrorismo, representado — aos olhos dos EUA — na Somália pelo grupo Al-Shabaab, desde o começo do ano já foram realizados 6 ataques aéreos em diferentes locais do país africano — isso tudo contra os pelo menos 50 ataques aéreos que foram realizados em 2020, o que nos permite especular que, caso continue assim, o número de ataques aéreos será o maior desde o estabeleciemnto de tropas na Somália, em 2005.

O ex-presidente Donald Trump ordenou a retirada de soldados norte-americanos da Somália, o que efetivamente ocorreu em janeiro. Apesar disso, o Comando dos EUA para a África (AFRICOM) ressaltou que seu objetivo continua sendo o Al-Shabaab, uma vez que a maioria dos soldados foram reposicionados para países vizinhos e já iniciaram treinamentos. Uma base já foi destruída e alguns integrantes do Al-Shabaab já foram mortos pelos ataques aéreos.

Quando a retirada dos soldados foi anunciada, o Pentágono — sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos — reforçou o caráter imperialista dos EUA:

Trata-se de uma mudança de posição das forças, não da política dos Estados Unidos […] Continuaremos a enfraquecer organizações extremistas violentas que potencialmente ameaçam nosso território […] (vamos) manter a capacidade de realizar operações de contraterrorismo direcionadas na Somália”.

E não para por aí! O sítio da AFRICOM na internet deixa tudo bem claro:

Joint Task Force – Quartz operations apoia o Comando dos EUA para a África e esforços internacionais que promovam uma Somália pacífica e estável. Organizações extremistas e violentas como al-Shabaab apresentam ameaças de longo prazo para os EUA e interesses regionais”.

A retirada de soldados havia sido posta em prática em outros países, a exemplo do Afeganistão. Trump propôs um acordo com o Talibã — grupo que tenta combater os anseios imperialistas em seus territórios — para a retirada de soldados norte-americanos; houve uma clara capitulação do grupo, que aceitou, apesar da negação do governo em cumprir determinadas partes do acordo. Com a posse de Biden, o governo do país islâmico decide se ajoelhar novamente aos pés do imperialismo e implorar para que as tropas, que deveriam ser retiradas até março, permaneçam como estão:

Com a nova administração do governo americano, ajustes serão realizados na política, o senso precipitado de retirada que prevalecia será direcionado e veremos uma saída mais calculada e estratégica”, disse um oficial da OTAN que preferiu não se identificar. “as condições (para retirada das tropas) não foram atingidas”.

Apesar de não existir nenhuma declaração oficial, é claro que a retirada dos soldados entrou em contradição com o setor imperialista dos EUA. Nada impede que essas ações sejam repetidas em outros países, entre eles, a Somália.

A imagem de Biden já era deteriorada antes mesmo das eleições devido às atrocidades cometidas quando ocupava o cargo de senador e quando ocupava o cargo de vice-presidente durante o governo Obama. Apesar disso, na “luta do bem contra o mal”, “democracia contra o fascismo”, “civilização contra a barbárie”, a esquerda pequeno-burguesa transformou o sanguinário, carniceiro e criminoso Biden em o bom, o belo e o justo Biden.

O movimento Black Lives Matter, que esteve em destaque durante as  manifestações nos Estados Unidos após a morte de George Floyd, reclamou que Biden não estava atendendo suas demandas. Ao mesmo tempo, o presidente prometeu montar o gabinete mais inclusivo da história dos EUA. Dito e feito, afinal, o que importa se a polícia continua matando adoidada? Temos um negro no comando do Pentágono! Uma negra como vice-presidenta! O gabinete de Biden também inclui transsexuais, homossexuais, imigrantes latino-americanos, indígenas etc. É até difícil saber qual deles fez mais contra o seu próprio povo e o povo de outros países, como pode ser conferido na seguinte matéria deste Diário. 

https://www.causaoperaria.org.br/biden-prepara-seu-gabinete-identitario-para-esmagar-os-povos/

Tais fatos não são novidade. Biden, além de ser responsável direto pelo golpe de 2016, que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, também apoiou as guerras da Bósnia (e a consequente destruição da Iugoslávia), do Iraque, do Afeganistão, das Malvinas, etc. É também uma importante peça na chamada “luta contra o terror”, atormentando não só os povos de outros países, mas sua própria população. O  Ato Patriota, que, entre outras coisas, permite que órgãos de inteligência dos EUA interceptem ligações telefônicas e e-mails de organizações e pessoas supostamente envolvidas com o terrorismo, sem necessidade de qualquer autorização da Justiça, sejam elas estrangeiras ou americanas, foi também apoiado por Biden. 

Após a ocupação do capitólio em janeiro deste ano, Biden prepara a cartada de uma “lei contra o terrorismo doméstico”, reafirmando sua política repressiva e de continuação da “guerra ao terror”. Os direitos fundamentais da população, como manifestação, liberdade de expressão e privacidade já estão sendo desmantelados — veja-se o exemplo de Trump — e ainda com o apoio da esquerda pequeno-burguesa, tudo isso por um “bem maior”.

Por um “bem maior” a esquerda transformou — em sua cabeça — Joe Biden em democrático, progressista, humanista e inclusivo. Biden é o imperialista. o esmagador do povo negro, o confinador de crianças imigrantes, o assediador de mulheres. Biden é o senhor das guerras.

Série “Biden, o senhor da guerra”:

Biden, o senhor da guerra (1): a destruição da Iugoslávia

Biden, o senhor da guerra (2): um milhão de mortos no Iraque

Biden, o senhor da guerra (3): décadas de terror no Afeganistão

Biden, o senhor da guerra (4): Colômbia, um campo de extermínio

Biden, o senhor da guerra (5): a invasão britânica das Malvinas

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