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Biden, eminencia parda

Biden, o senhor da guerra (1): a destruição da Iugoslávia

Joe Biden foi o responsável pela política externa do governo Bill Clinton, impulsionando as guerras étnicas dentro da Iugoslávia com o objetivo de destruir o país.

O novo presidente dos Estados Unidos, o “democrata” Joe Biden, está há muitos anos atuando ativamente nos assuntos da política externa do país, especialmente após se tornar o vice-presidente do governo Barack Obama, onde se tornou o verdadeiro líder dos ataques militares cometidos pelos americanos contra vários países de capitalismo atrasado.

Joe Biden se tornou um dos mais jovens senadores dos Estados Unidos quando se elegeu pela primeira vez em 1972 pelo estado de Delaware, cargo que manteve até 2009 quando se tornou vice-presidente da república.

Enquanto senador teve uma atividade importante no Comitê de Relações Internacionais do Senado entre 1997 e 2009, período em que esteve reunido com pelo menos 150 líderes de 60 países e organizações internacionais. Foi também co-presidente do Grupo de Observadores da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) dentro do Senado. A OTAN era uma aliança entre os Estados Unidos e países europeus criada para se contrapor à influência da União Soviética. Só que a partir do fim da União Soviética começou a ter um propósito diferente, sendo usado como uma força militar a serviço do imperialismo.

O fim da União Soviética de 1991 foi a oportunidade perfeita para o capitalismo reestruturar o mundo conforme seus desejos. Não por acaso foi assinado o Tratado de Maastricht no ano seguinte, um tratado que estabeleceu as bases para a moeda única europeia, o euro. O objetivo era dissolver todas as demais repúblicas socialistas na Europa e integrá-las de volta ao capitalismo, oferecendo incentivos financeiros, além de abolir as fronteiras para permitir o movimento dos trabalhadores das nações do Leste Europeu a procurar emprego nas prósperas nações capitalistas europeias. Por isso a Iugoslávia era um dos alvos principais do imperialismo e Biden se certificaria de fazer o país explodir impulsionando as suas diferenças étnicas e econômicas.

Como líder do poderoso Comitê de Relações Internacionais durante o governo de Bill Clinton, Joe Biden e outro senador, Joe Lieberman, se tornaram os principais arquitetos da Guerra da Bósnia, iniciada em 1992. Quando essa guerra irrompeu Biden foi um dos primeiros a defender o treinamento de muçulmanos bósnios, apoiá-los com ataques aéreos da OTAN e instigar a investigação de supostos crimes de guerra que ele atribuiu ao presidente da República da Sérvia, Slobodan Milosevic.

A Iugoslávia, ou República Socialista Federativa da Iugoslávia, era um estado socialista formado no final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, que reunia diversas etnias, sendo que os dois maiores grupos eram os sérvios e os croatas. O país foi governado por Josip Broz Tito até 1980, que implementou uma política de união que pacificou os diversos grupos étnicos e religiosos e que era de certa forma independente da política da União Soviética liderada por Stalin, mantendo boas relações com os países capitalistas, o que levou a uma economia forte e estável. Com a queda do socialismo na União Soviética e a recessão econômica que veio após o período de Tito ressurgiram os interesses separatistas das várias etnias do país, especialmente entre eslovenos e croatas que não queriam ficar mais subordinados a uma república onde os sérvios, que eles consideravam culturalmente inferiores a eles, fosse a maioria. A Croácia e a Eslovênia eram as repúblicas mais ricas da Iugoslávia.

Em 1991 a Macedônia do Norte declarou sua independência da Iugoslávia. O governo iugoslavo declarou a Macedônia um país artificial e se alinhou com a Grécia contra o novos pais. Outro país que declarou sua independência no mesmo ano foi a Croácia. Logo após a independência a Croácia foi invadida pelo exército federal da Iugoslávia, então sob o domínio sérvio, que interveio em favor das minorias sérvias residentes no país, algo em torno de 10% da população. Diante dos conflitos a OTAN interveio ao lado dos croatas e em 1992 a Croácia foi reconhecido como um país independente.

Em abril de 1992 se iniciou a Guerra da Bósnia. Em fevereiro o povo da Bósnia e Herzegovina (composta por bósnios, sérvios, croatas e iugoslavos) decidiu em referendo pela independência do país em votação boicotada pelos bósnios sérvios. A partir de maio começam conflitos armados entre o governo instalado e os dissidentes sérvios e a ONU decreta embargo econômico à Iugoslávia. O conflito dura até 1995 e causa mais de 200 mil mortes.

Em abril de 1993 Biden passou uma semana viajando pelos Balcãs, se encontrando com líderes e oficiais militares, incluindo uma tensa reunião de três horas com Milosevic. Biden escreveu sobre o episódio em um longo capítulo de sua autobiografia. Ele concluiu que a política na Bósnia teria que mudar e que ele se certificaria que isso acontecesse. Como conta em seu livro foi Biden quem pressionou Bill Clinton a primeiro mandar armas para os muçulmanos sérvios e depois usar a força aérea americana para bombardear a Sérvia e o Kosovo. Ou seja, Biden era uma verdadeira eminência parda, aquele que dava as cartas dentro do governo Clinton.

O que Biden impulsionou foi o modus operandi comum da Casa Branca, a guerra por procuração. Como acontece: primeiro a OTAN arrecada dinheiro entre os emirados ricos em petróleo como a Arábia Saudita, Qatar, Emirados Árabes Unidos e Kuwait. Em seguida compra bilhões de dólares em armas nos mercados da Europa Oriental e em seguida fornece essas armas e treinamento de guerra de guerrilha para a população insatisfeita do país vítima, usando as agências de inteligência dos adversários regionais deste último. Foi o que aconteceu no Afeganistão, Bósnia, Kosovo, Chechênia, Líbia e Síria. Levantar fundos nos países árabes permite aos executivos da guerra a garantia de não serem acusados pelo Congresso americano. A vantagem de se comprar armas nos mercados da Europa oriental é que essas armas nunca serão rastreadas até os responsáveis nos Estados Unidos.

Em 1998 Biden se aliou com o senador republicano John McCain para pressionar a administração de Bill Clinton para usar todas as forças militares necessárias contra o líder sérvio Slobodan Milosevic.

Em 1999 durante a Guerra do Kosovo Biden apoiou o bombardeamento da Sérvia e de Montenegro, o que ocorreu durante mais de dois meses. A alegação dos imperialistas foi de que a operação buscava “deter os abusos de direitos humanos” no Kosovo. A operação da OTAN ficou conhecida como “Operação Força Aliada”, que bombardearam especialmente as cidades de Belgrado e Novi Sad, trazendo a morte de mais de mil inocentes, a maior parte de civis, além de mais de 5000 feridos. Esses bombardeios levaram à retirada das forças iugoslavas do Kosovo e o estabelecimento da UNMIK, uma base da OTAN, a Missão de Administração Interina das Nações Unidas no Kosovo.

Como última consequência a Iugoslávia se tornou uma terra arrasada, dividida em seis países diferentes, a Bósnia e Herzegovina, Croácia, Eslovênia, Macedônia e a República Federal da Iugoslávia (que se tornaria depois a União Estatal da Sérvia e Montenegro). Kosovo permanece até hoje administrada pela ONU, apesar de sua declaração de independência em 2008.

O saldo final da Guerra na Iugoslávia foi de mais de 30 mil mortos e 10 mil feridos e a marca do imperialismo carimbada com sangue, sendo que Joe Biden foi o grande responsável por todo este massacre.

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