Ilustrando novamente o caráter de direita do chamado identitarismo, política levantada contra os trabalhadores, e de confusão no meio da esquerda, mais um exemplo se coloca. O governo bolsonarista de Ibaneis Rocha (MDB), no Distrito Federal, está lançando um programa de nome “Empodera”. O programa tem como objetivo apresentado “preparar mulheres líderes”.
A farsa identitária
Logo de início se apresenta uma contradição, vejamos o que o “democrático” governo Ibaneis entende por formação de mulheres líderes, dito por Ericka Filippelli, secretária da Mulher:
“Elas serão orientadas a coisas como solicitar uma informação para o governo, a promover um abaixo-assinado, a produzir um ofício, a escrever, inscrever e implementar um projeto, a falar em público… A gente sabe o quanto é importante não só trazer a consciência de que ela deve ser a protagonista de sua história como também colocá-la em um lugar de destaque na sua comunidade e falar com outras mulheres.”
Ou seja, num cenário em que mais de metade da população nacional — cerca de 120 milhões de pessoas — passa fome, em que 79% das crianças do país não come três refeições ao dia, em que o desemprego e a inflação atingem cada vez mais setores do povo, a solução para o problema das mulheres que vêem seus filhos morrerem de fome todos os dias na rotina macabra instaurada no Brasil com o golpe de 2016 e a sequência dele na fraude eleitoral de 2018, que elegeu o genocida Jair Bolsonaro, seria aprender com o governo bolsonarista de Ibaneis, governo inimigo do povo, como se tornar uma liderança.
O que é, de fato, uma liderança?
E o papel de uma liderança seria então, qual? Derrubar o governo Ibaneis? Organizar greves, organizar as comunidades mais atingidas pela crise, fazer grandes marchas para enfrentar o governo e exigir condições de sobrevivência? Não! O papel das “mulheres líderes” do programa Empodera é pedir informações, fazer abaixo-assinados e se arrastar no chão implorando por migalhas ao fascista Ibaneis Rocha e ao genocida Jair Bolsonaro. Implorar às autoridades que cessem por um pouco que seja o massacre diário que se abate sobre toda a população e destacadamente sobre as mulheres!
Democracia identitária, ditadura para as trabalhadoras
Enquanto coloca essa demagogia, essa farsa, o governo Ibaneis ataca as mulheres, ataca as estudantes, não só com a política econômica de exploração para arrancar o couro das trabalhadoras, com as privatizações num verdadeiro saldão das empresas que são de fato propriedade do conjunto dos trabalhadores do DF; mas com as forças da repressão, como no caso da militarização das escolas do Distrito Federal, que vêm sendo implementadas por esse vigarista, projeto de ditador capacho de banqueiro que ocupa o governo.
A farsa total do identitarismo busca ocultar o caráter da direita. Dizem que estão “empoderando” as mulheres, fazendo algo pela população. Mas como se pode “empoderar” pessoas que não têm acesso à saúde, educação, emprego? Pessoas que estão na miséria, esmagadas pelo próprio governo que vem se dizer protetor das mulheres. O identitarismo é a ferramenta utilizada por esses setores que destroem as condições de vida da população para dizer que o fundamental é a “formação de líderes”, de maneira subjetiva, artificial. Líderes se formam não por cursinhos oferecidos por governos ou ONGs inimigos do povo, lideranças populares se formam na luta contra esses governos, contra essas organizações. Se formam na luta pelas condições de vida dos trabalhadores, retiradas pelos mandatários que esfolam o povo todos os dias!
A luta real expõe a mentira. O identitarismo ainda engana, tem penetração na esquerda. Deve ser denunciado como a demagogia que é, como a ferramenta da direita para impedir a luta, para confundir e impedir a consciência dos trabalhadores. Abaixo a demagogia identitária! Viva a luta da classe operária! Fora Ibaneis, Bolsonaro e todos os golpistas! Lula presidente, por um governo dos trabalhadores!
