A linha bolsonarista de educação tem tomado conta de muitas escolas públicas, e já que o governo dos golpistas não é muito chegado numa educação progressista, a ideia é que, pelo menos, o Estado possa ficar de olho constantemente nesses perigosíssimos locais de estudo, a fim de instaurar uma verdadeira ditadura militar. Desde o começo do ano, as escolas públicas do Distrito Federal vêm passando por uma mudança para um modelo de gestão compartilhada entre Secretaria da Educação, Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Militar.
Ibaneis Rocha (MDB), atual governador do Distrito Federal, utilizou em sua campanha eleitoral o discurso desse projeto de militarização das escolas públicas como promessa de campanha e, conforme o recrudescimento do conservadorismo no País, essa pauta acabou ganhando espaço. Estima-se que entre 2013 e 2018, o número de escolas militarizadas cresceu em 212%
Em outras palavras, o que os golpistas querem é transformar numa verdadeira ditadura militar a vida dos alunos nas escolas públicas. O principal argumento que os reacionários utilizam é que, segundo o Enem, alunos de escolas militares têm um desempenho melhor do que os outros, contudo, esse argumento baseia-se no fato de que para permanecer numa escolar militar, as notas precisam ser altas, o que causa não só as notas elevadas, mas, também, a exclusão e evasão de muitos alunos pobres. Muitos dos alunos, inclusive, são forçados a trocarem de escola caso suas notas não sejam altas, mostrando um elitismo escrachado da parte dos militares.
Outro problema crucial nesse modelo de educação é a opressão que os alunos sofrem. Meninas precisam andar de saia, cabelo preso, ninguém pode usar brincos ou adereços que chamem atenção, etc., além de exigirem coisas como andar sempre em fila e de cabeça baixa. Para crianças e adolescentes, todo esse excesso de regras só causa danos em sua formação intelectual e social, podando a criatividade de todos e obrigando-os a abrirem mão de qualquer liberdade de expressão em troca de uma ordem rígida e ineficaz.
A extrema-direita, que tanto criticou a esquerda, os professores e as escolas públicas dizendo que havia doutrinação de esquerda dentro das escolas, que se ensinava somente coisas favoráveis ao socialismo etc., agora se sente a vontade para seguir a linha bolsonarista de educação e tenta se infiltrar a todo custo nas posições que deem controle sobre a população pobre.
Os golpistas querem monitorar os jovens e mantê-los longe de qualquer perspectiva crítica que os façam perceber as contradições vividas, e que possam aguçar a vontade de sair às ruas para protestar contra esse governo fascista, que oprime e explora sua população trabalhadora. É preciso continuar na luta pelo Fora Bolsonaro, fora todos os golpistas e fora os militares do governo, antes que eles tomem conta de vez e de forma violentíssima.