Durante o aprofundamento da crise política, no momento em que os setores populares não suportam mais a presença única da extrema-direita nas ruas e reagem à altura, uma voz bolsonarista chamou a atenção. A figura em questão é a do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), que saiu do bueiro para defender o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro em plena crise.
O deputado, também ilegítimo, já que foi fruto de uma enorme fraude eleitoral que resultou nas eleições faz-de-conta de 2018, saiu a campo nas redes sociais, em um vídeo, para ameaçar todos os setores populares que foram a rua, em destaque as Torcidas Organizadas e o PCO, de que iria revidar o repúdio ao fascista genocida que está no governo com o crivo da bala.
“Até que vocês vão pegar um polícia zangado no meio da multidão, vão tomar um no meio da caixa do peito, e vão chamar a gente de truculento” afirmou o fascista, complementando: “Eu ‘tô’ torcendo para isso. Quem sabe não seja eu o sortudo. Vocês me peguem na rua em um dia muito ruim e eu descarregue minha arma em cima de um filho da puta comunista que tentar me agredir. Vou ter que me defender, não vai ter jeito. E não adianta falar que foi homicídio, foi legítima defesa. Tenham certeza: eu vou me defender”.
Embora a truculência da extrema-direita seja nítida e certa, não podemos ver isso como uma simples ameaça da boca para fora. Os fascistas estão se armando e se organizando rapidamente, e vários acontecimentos superficiais e outros nem tanto demonstram isso. O primeiro é a bandeira do Pravyy Sektor (Setor Direto), organização ucraniana declaradamente nazista, nas ruas de São Paulo juntamente com os bolsonaristas. E também a matéria do site Metrópolis que mostra que o grupo 300 pelo Brasil, dirigido pela fascista Sara Winter, havia alugado uma chácara para fazer treinamento militares.
Com o acirramento da luta de classes, os fascistas mostram ainda mais sua própria face e abrem as asas. É hora de cortar. A esquerda sempre apresentou a ideia reacionária, em nome de um pacifismo infantil, de desarmar o povo. Mas a única coisa que isso pode garantir é uma única: o esmagamento do povo pelos fascistas. Por esses mesmos que ameaçam a população quando se manifesta e estão se organizando e se armando para conter, pela violência, a vontade popular.
Está na hora da esquerda abandonar toda ilusão pacifista, escutar atentamente o que os fascistas dizem e, principalmente, o que eles fazem e já fizeram. Não há espaço para o pacifismo pequeno-burguês no acentuamento da luta de classes que está em curso agora. É do caráter da tradição do movimento operário exigir o armamento do povo para se defender dos capangas da burguesia.
A esquerda deve se armar contra o fascismo, se organizar profundamente e se preparar para a ameaça que surge nesse curso da História. Só assim, organizada e armada, a esquerda derrotará definitivamente os cães do fascismo e derrubará Bolsonaro.