Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Marcelo Millet, do PCO

Candidato: “Rui Costa contribuiu para o desmonte do PT na Bahia”

Marcelo Millet, motorista de aplicativo, é candidato pelo Partido da Causa Operária (PCO) ao governo da Bahia

Em mais um episódio da série de entrevistas relativas às eleições de 2022, o Diário Causa Operária entrevistou Marcelo Millet, candidato ao Governo da Bahia pelo Partido da Causa Operária (PCO). Atualmente motorista de aplicativo, Marcelo vem de um passado operário, já tendo trabalhado como padeiro e operador de pá carregadeira.

Confira a entrevista logo abaixo na íntegra.

Diário Causa Operária: pode começar contando um pouco sobre você?

Marcelo Millet: sou Marcelo Millet Oliveira, tenho 36 anos, tenho uma filha de 8 anos. Vim de uma família de trabalhadores operários pobres, os quais não puderam pagar boas escolas e me dar um bom estudo e, muito menos, me deixar bens algum. Tenho segundo grau completo, tentei cursar Teologia em uma universidade particular até o 3° semestre, onde não pude concluir devido à situação financeira provocada pelo golpe de estado em 2016. Sou padeiro, operador de pá carregadeira e há 3 anos e meio exerço atividade informal de motorista de aplicativo.

Minha vida política começou em 2011, quando participei do Todos Pela Alfabetização (TOPA), um projeto desenvolvido no governo petista para alfabetização de adultos. Participei em dois acampamentos do movimento sem teto de Salvador, onde eu também já fazia trabalhos sociais, sendo uma das lideranças comunitárias do bairro e fazendo parte da diretoria de uma associação de bairro, onde conheci a capoeira.

Conheci o Partido da Causa Operária (PCO) em 2016, ano em que o partido se destacou na luta contra o golpe e na defesa da presidente Dilma. Finalmente, me filiei em 2018 e, já em 2020, fui candidato a vice-prefeito pela cidade do Salvador. Estou representando o Partido nas eleições de 2022 como candidato ao Governo da Bahia.

DCO: você comentou que está trabalhando como motorista de aplicativo. Qual a política do PCO para essa categoria? É a mesma, por exemplo, que para os terceirizados?

MM: justamente! Em primeiro lugar, deve ficar claro que é uma situação de subemprego sem nenhum direito trabalhista e amparo. A nossa política para a categoria é a estatização e controle total pelos trabalhadores desse grande monopólio instalado no Brasil e demais países, sendo que, nos países atrasados, a exploração aos motoristas é muito maior.

DCO: na sua página oficial de candidato, consta que você participou dos atos pelo Fora Bolsonaro. Pode nos falar um pouco sobre isso?

MM: sim, participei dos atos, caravanas e na luta diária pelo Fora Bolsonaro nas ruas, estações e diversos bairros populares de Salvador. Entendendo que o momento era de tirar urgentemente o governo ilegítimo golpista de Bolsonaro.

DCO: e como a mobilização popular se encaixa na sua candidatura?

MM: a mobilização popular me fez ganhar forma e atuar no cenário baiano através das manifestações populares, principalmente nas grandes datas de festas populares comemorativas da Bahia e de Salvador (Lavagem do Bonfim, Carnaval e demais festas populares). Fizemos bandeiras, faixas, mutirões e insistimos muito politicamente de maneira cotidiana ao ponto de termos 3 atividades por dia do Partido na cidade de Salvador.

DCO: na Bahia, temos o caso especial do governador Rui Costa, do PT, que pegou uma fama de direitista após as ações do seu governo. O que você pode nos falar sobre isso?

MM: não só o governo, como o próprio Rui Costa é um setor direitista que atuou agressivamente contra os trabalhadores em geral, não só os servidores públicos. Ele contribuiu para o desmonte do PT no estado com total desmobilização, não participou da defesa da presidenta Dilma nem do presidente Lula, tampouco fez algo em 2018 para a campanha do Haddad, apenas comprovando o golpe e o que o PCO dizia na época: eleição sem Lula é fraude.

Ele contribuiu com a ascensão e a volta do carlismo em Salvador, entregando de mão beijada a prefeitura para o ACM Neto, onde ele inventou uma candidata Major da PM de última hora em pleno ascenso fascista bolsonarista. Agora, em 2022, ele repete a mesma coisa, colocando um candidato artificial que integra o setor mais precário do governo dele, o secretário de educação Jerônimo. Durante sua administração, tivemos diversas escolas públicas  fechadas e algumas vendidas para setores privados, além de ter transformado várias escolas públicas baianas históricas em colégios militares.

DCO: em relação ao resto da esquerda que está saindo candidato aí na Bahia, como o Psol e o PCB, por que a candidatura do PCO se destaca?

MM: as candidaturas do PCO se destacam na Bahia e no Brasil por serem candidaturas vindas da classe trabalhadora e de setores mais pisados, judiados e escravizados.

Na Bahia, nós nos diferenciamos completamente dos candidatos do Psol e PCB.

O candidato do Psol vem na pegada “identitária”. É um candidato negro, porém investigador da Polícia Civil em um estado que é líder no extermínio da população pobre e negra. Nos anos anteriores, praticamente 100% das mortes pelas mãos das polícias eram de trabalhadores negros, e o candidato fala em triplicar o aparato repressivo do Estado como prioridade em seu governo, dando ênfase a um maior investimento na Polícia Civil.

Já o candidato do PCB é professor com Mestrado, um intelectual paulistano criado no Estado da Bahia com a política do PCB Nacional em defender e ocultar os ataques do imperialismo aos países oprimidos. Possui um projeto político sem pé nem cabeça, no qual não deixa claro a estatização da rede pública ao qual ele é professor, muito menos na saúde, nos bancos e em demais monopólios inimigos da classe trabalhadora. Ademais, ele vem com um projeto reacionário de aumentar o aparato repressor do Estado, as polícias e, em especial, a PM. Ele fala em diminuir as balas para os policiais com a promessa de abaixar o salário dos policiais que atirarem mais, ou seja, além da quantidade de balas que o Estado fornecer para continuar a matança da população pobre e negra trabalhadora.

Além disso, ambos os candidatos têm uma política de desgaste do PT, sendo que o candidato do Psol não deixa claro o seu apoio a Lula e fala em um apoio de palanque individual. O candidato do PCB não apoia o Lula, pois possui candidato próprio. Entretanto, ele diz que o partido ainda vai discutir qual o candidato a ser apoiado no segundo turno, deixando claro a política golpista da frente ampla denunciada, também, pelo PCO.

E nossa candidatura é em defesa da classe trabalhadora oprimida, pelo fim da PM e de todo o aparato repressivo do Estado. Defendemos a estatização da saúde, da educação, dos bancos etc. Por fim, deixamos claro, desde o princípio, que apoiamos a candidatura de Lula de maneira incondicional.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.