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Eleição para o Governo no DF

Por que votar em Renan Arruda (PCO) em vez de Leandro Grass (PV)

PT abandonou candidatura própria para apoiar um membro da direita golpista, contrariando os interesses de sua base

Desde o começo das movimentações envolvendo as eleições de 2022, o Partido dos Trabalhadores (PT) vem realizando uma série de alianças a nível nacional sob a alegação de que tais acordos tornariam as suas candidaturas mais fortes. Entretanto, trata-se de uma estratégia falida que consiste, fundamentalmente, na capitulação do PT frente a seus inimigos que, aproveitando a situação, tentam alavancar as suas próprias candidaturas.

O maior exemplo disso, nessas eleições, encontra-se na chapa Lula-Alckmin. Alckmin (PSB), tucano que, durante seu governo em São Paulo, reprimiu brutalmente os estudantes que manifestavam por seus direitos, foi acolhido de braços abertos pela direção do PT. Algo que, ao mesmo tempo em que indispõe a candidatura de Lula com as suas bases, promove um renascimento político de Alckmin que, a essa altura do campeonato, já estava caindo no esquecimento.

Ainda em São Paulo, Márcio França (PSB), mais um inimigo consagrado dos trabalhadores paulistas e ex-governador do estado, foi escolhido pelo PT para receber seu apoio ao cargo de senador, abandonando uma candidatura própria que certamente seria competitiva. Uma concessão verdadeiramente desmoralizante que dá o tom da campanha petista ao redor do Brasil, tudo em nome do chamado “jogo” político.

Enquanto isso, em outras regiões do País, o PT, ao invés de realizar alianças com direitistas clássicos, fez pior: abandonou suas candidaturas próprias, apoiando figuras reacionárias da política nacional, como fez em SP. É o caso, por exemplo, do Rio de Janeiro, onde o partido apoia a candidatura de Marcelo Freixo (PSB) para o governo do estado, ex-Psol que, dentre seus inúmeros posicionamentos reacionários, é um árduo defensor da PM carioca.

Em Brasília, isso não foi diferente. Para Governador, o PT resolveu apoiar Leandro Grass, membro do Partido Verde e absolutamente contrário à luta dos trabalhadores.

Os Verdes fazem parte da estratégia do imperialismo

Primeiramente, é preciso caracterizar, politicamente, o próprio partido de Grass, uma prova cabal de seu caráter direitista.

Historicamente, os partidos verdes foram uma resposta da burguesia à polarização ao redor do mundo. Finalmente, a crise imperialista cada vez mais crescente, principalmente após 2008, foi responsável por radicalizar as massas que, na ausência de qualquer tipo de perspectiva e amparo, foram obrigadas a tomar as ruas para garantir a sua própria sobrevivência. Nesse sentido, a extrema-esquerda cresceu e, ao mesmo tempo, representando o oposto dentro do efeito da polarização, a extrema-direita também.

O problema é que, para a burguesia, qualquer tipo de polarização representa um problema, justamente por enfraquecer o chamado “centro democrático” que, desde o final do século passado, é representado pelo neoliberalismo, a expressão mais sanguinária da política imperialista e a única saída que pode garantir uma sobrevida ao imperialismo.

Portanto, a burguesia viu-se na obrigação de introduzir na política um elemento apaziguador: os partidos verdes. Isso porque sua política consiste, fundamentalmente, no neoliberalismo disfarçado de progressismo. Não faz mal aos capitalistas falar em reduzir o aquecimento global, o uso de sacolas plásticas etc. Enquanto que a política da esquerda revolucionária representa um risco à sua própria existência.

No Brasil, o Partido Verde, cumprindo esse papel, serve para justamente retirar votos, principalmente, de Lula e, de uma maneira geral, infiltrar elementos direitistas na esquerda. Algo similar ao que o PSB faz por meio de figuras como o próprio Freixo.

A manobra para impor os Verdes nas eleições municipais francesas

Grass, um político da direita

Em sua maioria, o programa político de Grass “não fede nem cheira”. É, segundo a maioria de suas declarações, um político burguês clássico, que apresenta propostas de maneira completamente demagógica. Todavia, apesar de, nos dias de hoje, tentar se apresentar como um esquerdista, Grass possui um passado que deixa claras as suas verdadeiras pretensões.

Durante o impeachment de Dilma, em 2016, por meio de suas redes sociais, Grass deixou claro que estava do lado do golpe, indagando se havia um “grande acordo de Michel Temer que inclui proteger Lula”. Já em 2018, publicou um texto em seu Facebook em que afirmava, em alto e bom tom, que o governo do PT “carrega a marca da corrupção sistêmica”.

Ademais, em seu Twitter, caracterizou a decisão do PT em não participar da posse de Bolsonaro como algo “anti-republicano”, atacando a própria campanha de Dilma em 2014 ao afirmar que foi uma campanha feita “com caixa dois”.

Seguindo a tradição de seu partido, Grass exaltou a figura de George Soros, um dos capitalistas mais violentos de todo o planeta. Sem contar nos elogios que fez a Luciano Huck. Na mesma ocasião, ao ser indagado se Lula era “ladrão ou inocente”, ele apenas respondeu que “Lula está preso” ─ o que indica claramente que ele considerava Lula um criminoso.

Durante as eleições deste ano, inclusive, Grass convidou Rafael Parente (PSB) à coordenação de sua campanha. Parente, além de ter composto o governo do fascista Ibaneis, é filho de Pedro Parente, ex-ministro da Casa Civil de Fernando Henrique Cardoso e ex-presidente da Petrobras na gestão de Michel Temer. Ou seja, mais um direitista, neoliberal e funcionário do imperialismo.

Por fim, em seu programa de governo, em meio a todo o seu falatório envolvendo a sustentabilidade e o meio ambiente, Grass defende abertamente o fortalecimento da Polícia Militar e do DF Legal, órgão responsável por despejos violentos durante a pandemia em Brasília.

O que faz o PT apoiando Grass?

Fica claro que nem Leandro Grass, nem o seu partido são de esquerda e, logo, não representam de maneira alguma a base do PT. Mais uma vez, o partido capitulou diante da pressão que a direita faz em cima de sua campanha. Ao mesmo tempo, é sabotado de dentro para fora por meio de sua ala direitista, principalmente seus parlamentares que, nessas eleições, têm sido responsáveis por verdadeiros atrasos no que diz respeito à mobilização por Lula presidente.

Finalmente, o PT deveria ter um candidato próprio, um representante das bases do partido que, de maneira generalizada, são formadas pela classe operária. Porém, como a direção pequeno-burguesa do PT é direitista e burocrática – ou seja, antidemocrática -, não leva em consideração a opinião de seus militantes que, agora, absolutamente contrariados, são obrigados a votar em uma pessoa de direita.

Enquanto isso, o Partido da Causa Operária (PCO) lançou Renan Arruda para o governo de Brasília. Bancário aposentado, Renan dedicou a maior parte de sua vida à mobilização dos trabalhadores, levando, agora, a campanha por Lula Presidente às eleições em Brasília.

Ao mesmo tempo, o PCO não é um partido eleitoreiro, está focado tão somente na mobilização popular. Por esse ângulo, se a militância do PT não quer votar em um direitista como Grass, pode dar um voto de protesto em Renan Arruda. Não para elencar o PCO como seu partido, mas para mostrar que o PT deveria lançar um candidato tal qual Renan, ligado às bases operárias.

E mais: aqui, a justificativa de que o voto em Grass se dá como um voto útil no sentido de impedir que Ibaneis seja, mais uma vez, eleito, não procede. Afinal, Renan está, segundo a pesquisa mais recente até o fechamento desta edição, a 5 pontos de distância de Grass, algo que, levando em consideração a margem de erro de 3 pontos, resulta em um empate técnico.

É preciso separar os trabalhadores dos patrões e rejeitar, de maneira categórica, as candidaturas que representam os interesses da direita. Agora, a principal campanha da esquerda deve ser a de Lula presidente, algo que é, por definição, incompatível com alianças com a direita golpista.

Governo prevê auxílio de R$405 em 23. PCO em 4º para o Senado em SP - Resumo do Dia Nº1066 - 31/8/22

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