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Matheus Vetter

Candidato: “o PCO defende um salário mínimo de R$ 7.500”

Confira mais uma entrevista do Diário Causa Operária, dessa vez com Matheus Vetter, metalúrgico de Blumenau

Dessa vez, seguindo a série de entrevistas relativas às eleições de 2022, o Diário Causa Operária entrevistou Matheus Vetter, candidato a Deputado Federal pelo Partido da Causa Operária (PCO) em Santa Catarina. Operário metalúrgico, Vetter destaca o programa da Corrente Sindical Nacional Causa Operária para temas como salário mínimo, reajuste salarial, horas de trabalho e outras questões pertinentes ao trabalhador.

Confira a entrevista logo abaixo. Ao final, você pode acessar a entrevista na íntegra publicada no YouTube.

Diário Causa Operária: para começar, pode nos contar a sua história? Tanto profissional, quanto militante.

Matheus Vetter: eu tenho 26 anos, nasci em 1995 e em 2012 eu comecei a fazer um curso de profissionalização no SENAI de mecânica geral. Fiz 2 anos desse curso e já com 16 anos entrei na área metal mecânica como torneiro mecânico e operador de máquina CNC. Por um período, também trabalhei como auxiliar de produção em uma empresa de embalagens de plástico, motoboy, vigilante… Enfim, fui pegando o que ia aparecendo [risos]. Mas a minha profissão mesmo, que eu sou formado, é na área da metalurgia, principalmente lidando com os tornos mecânicos.

Sobre o Partido da Causa Operária, eu comecei a militar em 2016. Em 2015, prestei o ENEM e entrei no Instituto Federal Catarinense no curso de pedagogia. Nesse curso tive uma grande politização. Com o golpe, veio a polarização no País e, por esse os institutos serem um programa do PT, ele tinha uma influência muito grande ali dentro, então basicamente todos os meus professores se posicionavam contra o golpe.

Ali, comecei a abrir os olhos para o que estava acontecendo e comecei a participar de alguns movimentos. Em um determinado momento, um companheiro do PT me mandou um vídeo do Rui [Presidente Nacional do PCO] convocando a militância de esquerda para colocar 100.000 seguranças por Lula em Curitiba. Aquilo me chamou atenção, então comecei a acompanhar a Causa Operária TV. Fui ao segundo ato que ocorreu em Curitiba, me filiei ao Partido e entrei na militância.

Além disso, estou participando da minha terceira eleição. Em 2018, também fui candidato a Deputado Federal, e, em 2020, a vereador. Ainda não posso representar o Partido nos cargos majoritários pela idade. Como o Brasil é “bem democrático”, você pode votar mas não pode ser votado em determinados cargos.

DCO: durante o governo Bolsonaro, mas depois do golpe como um todo, vimos que o Brasil tem entrado em uma crise muito profunda. Isso ficou ainda mais claro com a questão do salário mínimo. Como vocês enxergam esse problema e qual o seu programa para essa situação?

MV: hoje, o PCO defende um salário mínimo de R$ 7500. Isso nada mais é do que o que a Constituição Federal prevê, pois um cidadão, segundo a CF, tem direito à alimentação, moradia, saúde, lazer, segurança, cultura etc. E o salário mínimo atual mal cobre alimentação. Uma cesta básica, por exemplo, segundo o próprio Dieese, aqui em Santa Catarina, custa R$ 750. O salário mínimo é um pouco mais de R$ 1100. Ou seja, só para comer, você já dispensa 70% do seu salário. Nesse sentido, o salário mínimo que nós temos hoje é um cuspe na cara do trabalhador.

DCO: você comentou que, em 2016, quando estava entrando no Partido, já existia uma campanha muito forte contra o golpe. A gente vê que, em geral, desde 2018, vocês já estão falando sobre a candidatura de Lula. O que você pode nos falar sobre isso?

MV: o Lula está no centro da situação política pelo menos desde 2016, quando ele foi impedido de ser colocado como Ministro da Casa Civil. Desde então, ele vem desempenhando um papel fundamental na situação política. Afinal, tiveram que prender ele para não que não concorresse às eleições, depois tiveram de soltar ele para o negócio não explodir e, agora, ele aparece como o líder das pesquisas.

Eu entrei no Partido no momento que já havia uma mobilização em torno do golpe, mas vendo as análises do Partido de anteriormente, fica claro que o PCO teve um papel fundamental nessa situação naquele momento. Em 2015, por exemplo, ninguém falava sobre golpe de Estado, enquanto o Partido estava sempre alertando, desde 2012, sobre um possível golpe.

Eu conheci o PCO na defesa do Lula, o que mostra que não é uma defesa apenas de palavras. Nós éramos conhecidos, e até hoje somos, como o partido da luta contra o golpe.

DCO: qual é o papel da CUT dentro de toda essa mobilização?

MV: a CUT, neste momento, está cumprindo um papel muito confuso, muito aquém do que ela poderia cumprir, inclusive na luta contra o golpe e pela pela Liberdade do Lula. Mas isso é algo que pode facilmente ser superado com a mobilização dos trabalhadores.

Por isso que nós somos cutistas, o PCO integra a CUT e reconhece o papel fundamental que ela tem. Não é atoa que é uma das maiores centrais sindicais do mundo, a maior da América Latina, com certeza. Uma organização operária que mostra o nível de desenvolvimento da classe operária brasileira. Isso deve ser defendido, ao mesmo tempo em que a vacilação dos seus dirigentes deve ser criticada. Mas eu tenho plena consciência que a CUT ainda vai ter um papel fundamental na situação política, com ou sem a eleição do Lula.

Nós vamos lutar para que Lula seja eleito, e sabemos que, se eleito, também vamos continuar nas ruas para defender o governo do Lula e para defender os interesses dos trabalhadores. Nós apoiamos o Lula com as nossas reivindicações, com o nosso programa, e a CUT vai ter um papel fundamental nessa situação, assim como já tem.

DCO: para finalizar, você pode destacar alguns pontos do programa da Corrente Sindical Nacional Causa Operária e falar para as pessoas como funciona a corrente, como elas podem participar?

MV: dentro da Corrente, eu faço parte, especificamente, da Luta Metalúrgica em Blumenau. Mas, a Corrente defende um programa geral dos trabalhadores.

Em linhas gerais, defendemos um salário mínimo de r$ 7500, como eu destaquei anteriormente; a redução da carga horária para 35 horas semanais sem redução de salário, porque o patrão não vai deixar a máquina parada, então ele terá que contratar outra pessoa para fazer o trabalho daquela que antes trabalhava 44 horas, o que vai criar milhões de postos de trabalho; também defendemos um reajuste emergencial de 50% dos salários e um gatilho salarial, ou seja, a cada 3% de inflação, um reajuste de 3% nos salários. Esses são alguns pontos centrais, mas o Partido, a Corrente Sindical, tem um programa bastante extenso.

Convido os companheiros a participarem da nossa reunião! Ela acontece todos os sábados, às 14 horas. Vocês podem entrar em contato comigo por meio do número (47) 99155-2525 e receber o link para participar dessa discussão.

Temos várias correntes: servidores em luta, ecetistas em luta, luta metalúrgica, os companheiros dos frios, entre outras. E estamos sempre abertos a abrir muitas outras.

Conheça Matheus Vetter, candidato do PCO a deputado federal em Santa Catarina

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