Os números sobre o coronavírus que saíram hoje (19) escancaram a situação caótica que se encontra no país. O Brasil passou de 1 milhão de casos de covid-19 em seu território. Isso sem contar a flagrante subnotificação nessa contagem, que, segundo alguns estudos, pode representar algo em torno de 10% da realidade.
Diante dessa situação, é preciso chamar a atenção para o fato de que não há nenhum esboço de política governamental para combater a crise sanitária. Não há testes, não há leitos de UTI suficientes para ninguém, não há uma política de isolamento social que beneficie todas as classes sociais, não há nada.
O governo federal vem pregando desde o princípio que os comércios devem reabrir e tudo deve voltar ao normal, por pressão dos capitalistas que estão alarmados com a crise econômica decorrente da quarentena, que embora minoritária, afetou os negócios da burguesia. Por conta disso, temos, em pleno pico da pandemia, diversas cidades em que a atividade econômica está sendo reaberta, representando um possível aumento vertiginoso na contaminação de suas populações.
Além dessa política deliberada de não-combate à pandemia, temos também uma flagrante incapacidade de conduzir a situação por parte dos poderes públicos. Como exemplo, recentemente houve uma notícia sobre um defeito na plataforma “e-SUS” do Ministério da Saúde, que gerou uma subnotificação além do normal nos números de novos casos no Estado de São Paulo. Esse é um problema que prova que não é possível confiar nos números que nos são passados pelas instituições.
Diversos estados como Amazonas, Ceará e outros já possuem uma situação de colapso nos seus sistemas de saúde. A maioria dos outros estados estão caminhando a passos largos para essa situação. O número de hospitais, leitos de UTI e respiradores não dão conta da demanda por tratamento que é gerada durante a crise.
Toda essa situação já vinha sendo anunciada por diversas instituições que previam que o Brasil seria o novo epicentro da crise do coronavírus, após os EUA. Além disso, era fácil de se prever que acabaria sim com o governo da extrema-direita podendo agir livremente, com a esquerda fechada em suas casas, abandonando a luta política.
Diante desse cenário, é preciso sair às ruas e pedir pelo “Fora Bolsonaro”, tirar todo o governo golpista do poder e procurar lutar por uma política de contenção da crise sanitária, que coloque a proteção da vida dos trabalhadores em primeiro lugar.