Nas últimas semanas, em todo o Brasil, acompanhamos o processo de flexibilização da quarentena e reabertura das atividades comerciais nas cidades interioranas do país em praticamente todos os estados.
Com essa decisão, os casos de coronavírus nas cidades do interior crescem oito vezes mais que as capitais na maioria dos estados do país. O problema é que a flexibilização pode causar uma segunda onda da doença antes mesmo que a primeira tenha terminado.
Os prefeitos seguiram as orientações das capitais no início do distanciamento social, quando ainda não existiam casos na maioria das cidades. Ao longo dos meses de isolamento, que de fato nunca aconteceu, os municípios sofreram a pressão da burguesia para a retomada das atividades que não fossem essenciais. Era decidido por governadores e prefeitos como se faria a quarentena em seus respectivos estados e municípios, mesmo após o presidente ter colocado academias e salões de beleza como serviços essenciais.
A situação foi ficando cada vez mais tensa e a farsa do fique em casa já estava caindo por terra, graças às condições de vida dos trabalhadores que não têm a opção de ficar em casa durante a pandemia, mas também da pressão dos empresários, que nunca deixou de existir, mas se aprofundou com as manifestações e declarações inconsequentes do genocida Jair Bolsonaro.
Levando em com que, dos 5570 municípios do país, apenas 505 possuem UTI, a tragédia é anunciada. Tragédia essa que poderia ter sido evitada se o negacionismo do palácio do planalto não fosse contagioso.
A reabertura precoce tem como principal motivo o descontentamento da burguesia que pretende perder o mínimo possível dos lucros as custas dos trabalhadores. A burguesia tem interesse em salvar a própria pele, ou dinheiro, nem que pra isso seja necessário uma política genocida sobre a classe trabalhadora.
Para que o genocídio em curso (o país já ultrapassa 40 mil motes oficiais pela COVID-19) seja barrado se faz necessário que os trabalhadores se mobilizem e reajam a altura para preservar suas próprias vidas, o que está intimamente ligado à queda do governo que incentiva o genocídio do povo trabalhador brasileiro.
