Após a violência policial sobre a pedagoga Eliane, houve uma ampla mobilização dos movimentos sociais contra violência policial e o racismo no Amapá. Contudo, a questão que se coloca diante desse episódio é que de fato a proteção das mulheres não se dará por meio da polícia militar, feita para atacar os pobres, pretos e as mulheres.
Na noite de sexta-feira (18) a pedagoga Eliane depois de ser agredida por policiais militares foi presa por resistência, desacato e desobediência e ainda teve que pagar fiança de 800 reais. O filho dela gravou e publicou nas redes sociais o vídeo em que ela aparece filmando a cena da abordagem policial contra seu marido, quando um dos militares dá voz de prisão para Eliane, tenta imobilizá-la, leva ela ao chão e dá um soco no rosto. Ela também foi agredida verbalmente durante a abordagem e também na delegacia, com ofensas de cunho racista. Além dela, o marido também foi detido pelas mesmas acusações. Ambos são negros e não sabem por que foram abordados. Os policiais envolvidos não tiveram suas identidades reveladas e foram afastados de suas atividades.
Na última terça-feira (22), centenas de pessoas se reuniram em um ato pacífico em frente ao Comando-Geral da Polícia Militar (PM), Zona Sul de Macapá, segurando cartazes e aos gritos de “vidas negras importam” e “justiça”. Manifestantes citaram que o estado do Amapá é o que tem a maior taxa de mortos pela polícia em todo o país. De acordo com Rayane Penha, de 24 anos, integrante do coletivo Utopia Negra Amapaense, movimento antirracista, e que fez parte da organização do protesto, o ato nasceu como um processo de reação contra a ação violenta da Polícia Militar contra a pedagoga e que as pessoas não mais devem aguentar esse tipo de opressão.
Como vem sendo denunciado aqui no Diário da Causa Operária, o papel da polícia na luta da mulher é apoiar a agressão. Os partidos da esquerda pequena burguesa apresentam leis e projetos de defesa da mulher como um grande avanço, como o projeto Ronda Maria da Penha, onde a própria polícia militar monitora o comprimento das medidas protetivas. As mulheres enquanto um dos setores mais oprimidos da sociedade, sabem que não serão os aparelhos repressivos da burguesia que irão resolver os problemas das mulheres e a impunidade dos PM’s.
Por isso o Partido da Causa Operária incentiva que as mulheres participem ativamente da política e se organizem para lutar contra os ataques da extrema-direita que avança contra os poucos direitos já conquistados pelas mulheres, reivindicando o fim da Polícia Militar; a legalização do aborto e a garantia da segurança e proteção das mulheres e de seus filhos, vítimas de agressão doméstica.