Após os atos combativos do fim se semana, na segunda-feira (1) teve atos ainda maiores, que se espalharam por todo o País, do Sul ao Norte, passando pelo Sudeste e o Nordeste, mostrando uma tendência geral à retomada da mobilização. Foi então que de pronto, a imprensa burguesa, golpista, passou a atacar os atos e os manifestantes, acusando o movimento de ser “fascista”.
Essa campanha absolutamente reacionária pôde ser vista nos principais jornais do país, com destaque para a coluna de J.R. Guzzo, do jornal Gazeta do Povo, do Paraná, que traz em seu título “O ‘antifascismno no Brasil é 100% fascista: violento, intolerante, antidemocrático”.
Daí a necessidade de rebatermos cada acusação e mostrarmos que elas não passam de uma campanha reacionária, ultra direitista, que visa nada mais nada menos que procurar mobilizar um setor da classe média e do aparato repressivo do Estado contra as manifestações.
Ordeiros vs Vândalos
Um argumento da imprensa é que nos últimos anos, as manifestações coxinhas, também conhecidas como “coxinhatos”, que se tornaram comuns, seriam um exemplo de manifestações públicas, em que as pessoas tiram fotos com a Polícia Militar e seu Batalhão de Choque, enquanto a polícia bate continência para a manifestação e canta o hino nacional. A imprensa burguesa, com seu ar cínico, afirma que nestes anos dessas manifestações de direita, desde a derrubada de Dilma, não houve sequer um vidro quebrado, um local público depredado. Compara isso com o fato das manifestações deste fim de semana terem deixado “prejuízos ao patrimônio”. No entanto, essa imprensa omite uma questão fundamental. Diferente dos coxinhatos, as manifestações de esquerda sempre são reprimidas pela Polícia e pelo aparato de repressão. Uma vez que a direita na rua só reforça o status quo e o governo golpista, já a esquerda ocupa as ruas para defender os direitos democráticos da população, que são contra a burguesia e seu governo golpista.
O direito de defesa da população
Logo, ao ser reprimida ilegalmente pelo aparato de repressão, a população tem o direito de reagir. Se a burguesia e os coxinhas querem “preservar o patrimônio” – uma falácia gritante, uma vez que eles são os primeiros a depredar o Estado brasileiro – antes o direito da população de manifestação tem que ser respeitado. Portanto, essa linha entre vândalos e manifestantes, é uma farsa, todo manifestante tem o direito de reagir a arbitrariedades do Estado.
“Antifascistas fascistas”
O argumento mais histérico e reacionário de todos, talvez seja o de que “no Brasil, os antifascistas são fascistas”. A ideia por trás desse argumento é equiparar antifascistas/comunistas a fascistas. Que seriam extremos repudiados e proibidos dentro da lógica burguesa da imprensa. Contudo, é preciso dizer que não há como a população que luta por seus direitos ser fascista. O fascismo é justamente um instrumento da burguesia para esmagar as organizações de luta dos trabalhadores.
Dito isto, é preciso destacar e denunciar claramente: os fascistas, que pariram Bolsonaro e os demais golpistas da extrema direita, são a imprensa burguesa, que apoiou a ditadura, os golpes de 64 e 2016. Se para se opor a eles e a toda sua repressão, é necessário reagir de forma violenta, isso não é fascismo, é legítima defesa da população.