Quase 1,3 milhão de pessoas já aderiram às mobilizações na França desde o início das mobilizações contra o governo de Emmanuel Macron e sua política de sufocar a população em prol dos bancos, principalmente a destruição da previdência do país.
As manifestações se iniciaram no dia 5 de dezembro de 2019 e não pararam nem mesmo para o natal e o ano novo, impondo uma gigantesca crise para o governo Macron, que já vinha muito desgastado com as mobilizações semanais dos coletes amarelos, que serviram não só como uma preparação para as mobilizações atuais, como fazem parte do movimento.
Na última terça, uma refinaria foi fechada, já essa quinta foi novamente um dia de protesto, sendo a quarta greve geral chamada pelas centrais sindicais, em especial a CGT, no país, desde o começo das mobilizações. A atual mobilização da classe trabalhadora francesa já é considerada por muitos como a maior mobilização desde 1968, quando um movimento iniciado pelos estudantes universitários e que contagiou os trabalhadores quase levou a uma revolução operária.
O setor que está à frente das greves e das mobilizações é o setor ferroviário, que é acompanhado por outros trabalhadores dos mais diferentes setores, como médicos, enfermeiros, advogados, professores, trabalhadores públicos, operários de diversos setores e muito mais, tendo inclusive proporcionado um momento histórico no final do ano passado, com a Ópera de Paris aderindo à greve pela primeira vez na história e proporcionando aos demais trabalhadores uma parte da apresentação de O Lago dos Cisnes em plena rua.
Mesmo com o transporte público parando em muitos locais, e lugares históricos como a Torre Eiffel estando fechados, a população continua a dar apoio à mobilização, com cerca de 60% de pessoas se declarando a favor em uma pesquisa realizada, o que na verdade deve indicar um apoio maior, já que as pesquisas realizadas pela burguesia geralmente mascaram os resultados em seu favor.