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Não à frente ampla!

Em uma frente em que está o povo, não pode estar a direita

Polemizamos neste artigo com a ideia de que "é preciso abrigar todos que discordam do fascismo"

No dia 4 de junho, a ex-senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) publicou, por meio de sua coluna no jornal Brasil de Fato, um texto de título “É preciso abrigar todos aqueles que discordam do fascismo”. Conforme deixa claro no próprio título, o artigo é uma defesa da política

da frente ampla — isto é, a aliança entre as organizações populares e a burguesia. No meio do texto, Grazziotin reforça o seu argumento de que a frente não deveria ter qualquer tipo de filtro:

E eu tenho particularmente um entendimento, que não é só meu, é um entendimento do PCdoB, que nesta hora que precisamos com todas as forças defender a nossa democracia, o nosso Brasil contra o fascismo , é preciso, sim, que as forças se ampliem. É preciso, sim, abrigar todos aqueles que discordam do fascismo, o que não significa dizer que todos tenham o mesmo pensamento sobre o projeto de nação.

A frente ampla, conforme apresentada pela própria ex-senadora, seria uma frente com “todo mundo que quiser fazer parte”. Todos aqueles que tenham alguma discordância com o fascismo passaria a ser chamado de “companheiro”. Sob esse critério, mereceriam ser abrigados sujeitos como Rodrigo Maia, cuja assinatura consta em todos os principais ataques trabalhistas do regime golpista, Wilson Witzel, que metralha a população do alto de um helicóptero, o MBL, que é financiada para servir de fachada para um exército de mercenários contra a esquerda e o movimento estudantil, entre tantos outros vigaristas da pior qualidade. Afinal, todos eles “discordam” do fascismo. Isto é, se a tradução para “fascismo” for “governo Bolsonaro”, todos eles possuem alguma discordância: para tais setores, a maneira como Bolsonaro conduz o governo pode pôr em risco os planos da burguesia de esfolar os trabalhadores em meio à crise capitalista.

Formar uma frente com esses inimigos do povo, que despertam o ódio de toda a população por terem sido responsáveis pela situação de empobrecimento e abandono em que se encontram os trabalhadores, já seria repugnante.

Ou seja, para Vanessa Grazziotin, o único objetivo pelo qual a esquerda deveria lutar, a questão que deve receber a máxima prioridade, seria impedir que o fascismo saia vitorioso. Esse fascismo em abstrato, por sua vez, corresponderia, como falamos, ao próprio governo Bolsonaro. Nesses termos, para a ex-senadora, a tal frente ampla já deveria se consagrar como vitoriosa se o governo Bolsonaro fosse substituído, por exemplo, pelo governo de Rodrigo Maia, de João Doria ou até mesmo do general Hamilton Mourão, desde que algum desses se digam “antifascistas”.

Isso, por sua vez, não representa vitória alguma. Foram justamente essas figuras, que representam a burguesia, sobretudo seus setores mais pró-imperialistas, que levaram à ascensão de Bolsonaro. Foi o golpe de 2016 que pavimentou o caminho para o bolsonarismo e foram esses próprios setores que apoiaram Bolsonaro nas eleições de 2018. Substituir Bolsonaro por qualquer um desses vigaristas seria o mesmo que colocar um fascista “antifascista” no poder. Isto é, alguém que pudesse ter uma aparência mais democrática, mas que continuaria operando a política da burguesia de ataque frontal aos trabalhadores.

A declaração de que pouco importa o programa político é a chave para que se compreenda a frente ampla. A esquerda não pode forjar uma aliança com a burguesia e, ao mesmo tempo, exigir que a classe dominante assuma o programa dos mais explorados. A condição para a frente ampla é que a esquerda adote o programa dos capitalistas. Por isso, os trabalhadores não têm nada a ganhar com esse tipo de política.

É preciso, portanto, adotar a política oposta. É preciso mobilizar os trabalhadores para que, de maneira independente da burguesia, derrubem o governo Bolsonaro e o regime político de conjunto. É preciso ganhar as ruas com a palavra de ordem Fora Bolsonaro e romper completamente com os capitalistas.

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