Há uma pressão por parte de setores da esquerda pequeno-burguesa de colocar em prática a frente ampla, jogando os trabalhadores e suas organizações a reboque da direita golpista. Essa política está agora claramente se expressando nos preparativos para o Primeiro de Maio.
Setores da esquerda defendem transportar a frente ampla para o movimento sindical. A CUT anunciou que a atividade do dia Primeiro de Maio será em conjunto com as outras “centrais”, que na realidade significa que o ato terá a participação da golpista e patronal Força Sindical.
A imprensa golpista correu para dar outra notícia sobre o ato: a participação de elementos da direita golpista, como FHC, Rodrigo Maia, João Doria e Wilson Witzel. À primeira vista, alguém poderia achar que tudo não passava de uma notícia intrigante da imprensa, embora a CUT não tenha desmentido.
Mas eis que o PCdoB sai na frente, junto com o representante da Força Sindical, João Guilherme Vargas Netto, que publicou coluna no jornal eletrônico Vermelho, ligado ao próprio PCdoB, elogiando a iniciativa de convidar a direita para o ato: “Uma grande iniciativa para o 1º de Maio”, afirma ele.
O colunista afirma que “Grande lição política que os dirigentes sindicais dão à toda sociedade e aos partidos, demonstrando o que se pode fazer”. Segundo ele, a junção das organizações populares com representantes da direita golpista e da extrema-direita deveria ser um exemplo a ser seguido.
A frente ampla chegou a um ponto tal que não seria exagero dizer que só a família Bolsonaro está de fora.
Essa política é um crime contra os trabalhadores e suas reivindicações e uma traição à luta da classe operária. A direita é inimiga dos trabalhadores, é seu algoz. FHC jogou o País na fome durante seus oito anos de governo. Witzel é aquele que defende “atirar na cabecinha” dos moradores das favelas. Dividir o palanque com esses elementos é um verdadeiro escárnio contra o povo.
Já falamos aqui que essa política da frente ampla coloca os trabalhadores nos braços da direita, com a desculpa de que se deve combater Bolsonaro. Como se não fossem esses elementos, agora convidados do Primeiro de Maio, os principais responsáveis por Bolsonaro, como se não fossem cúmplices de Bolsonaro em sua política de ataques ao povo.
Chamar uma frente com essa direita com o pretexto de derrotar Bolsonaro é se colocar e colocar os trabalhadores a reboque da direita bolsonarista sem Bolsonaro.
As organizações de esquerda, populares e sindicais precisam romper imediatamente com essa política. É preciso um chamado à mobilização dos trabalhadores contra Bolsonaro e todos os golpistas. É preciso uma política independente para os trabalhadores, com um programa de luta que coloque abaixo todo o regime golpista.
Os trabalhadores precisam boicotar qualquer iniciativa que os coloque a reboque dessa direita inimiga do povo. O dia internacional de luta não pode ser palanque para golpistas e representantes dos capitalistas.