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Líbano

Acidente ou intervenção imperialista?

Explosão aconteceu na terça-feira (4)

Até o momento, a explosão que aconteceu ontem, em Beirute, no Líbano, deixou mais de cem mortos e 4 mil pessoas feridas. O acontecimento teve grande repercussão, mas ainda faltam muitos dados para uma análise definitiva do seu significado.

Não podemos, contudo, descartar a tese de que a explosão não tenha sido um acidente. Afinal, o Líbano fica no Oriente Médio, região conhecida pelos seus inúmeros conflitos, todos eles diretamente relacionados com as tentativas do imperialismo de controlar os países desse território.

O Líbano é um dos países que mais expressam a crise do imperialismo no Oriente Médio. Isto é, a crise entre os governos de tipo nacionalista, que se apoiam na burguesia desses próprios países e contam, até certo ponto, com o apoio do povo, e a política da burguesia mundial, que é a de submeter absolutamente todas as riquezas desses países aos países imperialistas.

Um evento de grande destaque no Líbano é o fato de que o Hezbollah vem conseguindo crescer, inclusive eleitoralmente, no país. O Hezbollahh, além de partido político, conta com um poderoso exército (o maior exército paraestatal do mundo), que tem desempenhado um papel importantíssimo na guerra da Síria. A organização compõe o governo libanês, sendo sua ala esquerda.

As contradições entre o Hezbollahh e o imperialismo norte-americano são evidentes. Recentemente, os Estados Unidos ameaçaram retaliar o Líbano por não ter aceitado a linha divisória traçada pelo embaixador Frederic Hof, que delimita as zonas marítimas de Israel e do Líbano e tinha como fim facilitar a exploração de reservas de gás por Israel. O governo norte-americano também exigiu que o Líbano retirasse seu apoio aos conflitos na Síria e que mantivesse os refugiados sírios em seu território para tentar afundar a economia do país dirigido por Bashar al-Assad.

Essas contradições, obviamente, se estendem às relações entre o Líbano e o Estado criminoso de Israel, enclave imperialista criado para a interferência direta na região. Embora haja uma crise gigantesca no regime israelense, de modo que Benjamin Netanyahu foi obrigado a chegar a um acordo com Beny Gantz, não é segredo que o atual primeiro-ministro pretenda estender o território israelense. Uma política que, inevitavelmente, levará à intensificação dos conflitos com países aliados do Líbano.

Além da Síria, há outro país importantíssimo envolvido nas contradições entre o Líbano e o imperialismo: o Irã, que foi sabotado até mesmo na Copa do Mundo de 2018 pelo governo Trump. No dia 7 de janeiro de 2020, a tensão entre o imperialismo e o Irã atingiu um pico, quando o governo norte-americano mandou assassinar o general Qasem Soleimani.

Em 2016, o Irã propôs a criação de uma federação de estados com o Líbano (árabes com maioria xiita), com a Síria (árabe e secular), com o Iraque (árabes com maioria xiita) e com o Azerbaijão (turco e xiita). Caso concretizada, a federação seria uma espécie de “império persa” dos países atrasados contra o imperialismo. O Líbano aparece como uma força importante desse bloco, sobretudo por causa do poder armado do Hezbollah, forte aliado do Irã. Neste sentido, se os Estados Unidos conseguirem retirar o Líbano do bloco, o projeto iraniano vai por água abaixo. E, com isso, a dominação do Irã pelo imperialismo se torna muito mais fácil.

Motivos não faltam para que haja uma intervenção imperialista no Líbano. Afinal, os interesses do Hezbollah conflitam cada vez mais com os do imperialismo e podem contribuir para fazer com que perca totalmente o controle sobre a região. A intervenção direta é, até, uma questão quase que inevitável, uma vez que as tensões somente se aprofundam. Por isso, apesar de não conhecermos ainda os detalhes, não podemos descartar a hipótese de que a explosão seja uma preparação para uma intervenção imperialista.

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