Em meio ao turbulento panorama brasileiro atual, com aproximações sucessivas de comandantes militares golpistas nos poderes ditos “democráticos”, o SESC Pinheiros mantém em cartaz até o dia 24 de Novembro a peça “Villa”. O tema abordado diz muito sobre a onda provocada pelo avanço da extrema direita no continente americano e em todo mundo: Ditadura Militar no Chile (1973-1990).
Na obra do dramaturgo e diretor chileno Guillermo Calderón, três mulheres discutem o que fazer com as ruínas de uma instalação governamental que era usada como centro de tortura e extermínio de oponentes do ditador Augusto Pinochet. Pautada em reflexões recorrentes entre o povo chileno, a peça trata de violência estatal e direitos humanos, tão vilipendiados pela horda neoliberal que toma os governos com apoio do imperialismo.
No Brasil que busca proibir os livros , censurar obras de arte e calar professores, a peça adquire uma maior relevância. Ainda mais quando levado em consideração que existe uma profunda ligação intelectual entre a ditadura chilena de Pinochet e Paulo Guedes, ministro do provável governo Bolsonaro. O próprio SESC, entidade que, atualmente, cumpre um importante papel na propagação de eventos culturais relativamente “livres”, está sob ameaça de Guedes.
A história chilena retratada em “Villa” tem muito a ensinar aos brasileiros para o próximo período. Lá, os “liberais” chegaram ao poder como aqui, levando adiante um governo violento e entreguista. Por isso, formação intelectual e informação são os alicerces da defesa do povo oprimido, já que permitem antever calamidades anteriormente experimentadas pela História.