Na última quarta feira um empate entre São Paulo e Ceará trouxe a tona novamente o problema envolvendo o VAR (termo provindo do inglês que significa: Video Assistent Referree, podendo ser chamado também de árbitro de vídeo).
Após marcar um impedimento do jogador paulista Pablo, cuja jogada havia resultado no segundo gol do time levando ao placar de 2X1, o “assistente” de vídeo chama o juiz e este então valida o lance. Poucos minutos se passam e o juiz é chamado para uma segunda conversa com o sistema de que então o convence a marcar de vez o impedimento sobre o jogador.
No meio da confusão, após o jogador do Ceará, Vina, reclamar sobre a validação do gol, o árbitro lhe pune com um cartão amarelo. Cartão que deveria ter sido cancelado devido ao grande absurdo que a situação era. Já foi emitido aqui alguns artigos acerca da problemática do VAR e como seu uso. como foi já citado anteriormente em um de nosso artigos, Christian Grosso, do jornal La Nacion disse “O VAR desfigurou o futebol. Para começar, não é um elemento para trazer justiça, tem um início político: depois do Fifagate e para não perder toda a credibilidade, a Fifa criou o VAR com urgência, para tentar transmitir transparência.”
Um dos problemas envolvendo o mecanismo é sua falta de transparência intencional. Os lances são monitorados por juízes específicos em uma salinha isolada e as imagens e vídeos específicas não são divulgadas ao público. Na prática o VAR endossa a manipulação de resultados.
O futebol é o esporte mais popular do mundo e é o brasileiro o maior conquistador de títulos além do que dispõe dos melhores jogadores, comprovação disso é que a Copa do Mundo é o principal evento esportivo sem comparação e é do Brasil o maior número de vitórias, que atualmente é pentacampeão. Muito dinheiro está em jogo e não será num momento de crise econômica que a burguesia deixará de cair em cima de um mercado.
O interesse em controlar o futebol passa por diversas vias. Seja criminalizando as torcidas organizadas, aumentando o domínio dos empresários sobre os clubes através da iniciativa “clube empresa” ou manipulando resultados através do VAR. A tendência dos capitalistas é tirar cada vez mais o controle do esporte das mãos do povo e tomar para si todo o controle. A prerrogativa não é nova mas bem clássica da burguesia, o aumento do aparato de vigilância sob o pretexto de controle ético ou organizacional, o resultado é que a decisão fica nas mãos do setor privado que se apropria cada vez mais do esporte do povo.
As torcidas organizadas, instituições do povo, devem reclamar para si o controle sobre os clubes e não permitir o aumento do aparato da burguesia sobre seus times de forma a distancia-los da população. Este é o passo inclusive na direção da defesa do futebol nacional contra o imperialismo e a tendência de sucatear os clubes nacionais.