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Árbitro de vídeo

“VAR é um negócio”, denuncia Lugano

O grande craque uruguaio do SPFC e da Seleção Uruguai colocou a boca no trombone, para denunciar sua revolta contra o mecanismo político de decisão de resultados: o VAR

O VAR voltou a ser assunto, recorrente por sinal, após a denúncia de Diego Lugano, ex jogador do São Paulo Futebol Clube e da Seleção Uruguaia de Futebol.

Em uma entrevista ao jornalista Christian Grosso, do jornal La Nacion, de Buenos Aires, Lugano foi categórico: “O VAR desfigurou o futebol. Para começar, não é um elemento para trazer justiça, tem um início político: depois do Fifagate e para não perder toda a credibilidade, a Fifa criou o VAR com urgência, para tentar transmitir transparência. Já começou mal. Segundo, de tecnologia não tem nada. É um televisor que repete uma imagem. É um desastre. Na verdade, multiplicou a incidência do fator humano, multiplicou as dúvidas, o favorecimento às equipes fortes e as suspeitas. Dá emprego a quatro ou cinco juízes maus, o que agrada o Sindicato. E, para a imprensa, dá tema para o circo. E é caríssimo. O São Paulo paga 50 mil reais por partida. É um negócio, um desastre e vai acabar mal”.

Um ponto interessante levantado por Lugano é o de que o Var teve início político, no momento em que os grandes dirigentes da Fifa tiveram comprovados inúmeras denúncias de manipulação de resultados e compra de votos para decisão de quais países sediariam Copas do Mundo entre outras questões, os dirigentes da Fifa procuraram dar uma resposta para continuarem o mercado mafioso do futebol. Um lembrete, este jornal sempre argumentou que o VAR é um instrumento político para decisões antiesportivas.

O VAR ao ser instituído pela Fifa e pela International Board definiu os quatro tipos de jogada que podem ser revistas segundo protocolo específico: lances de penalidades (dentro ou fora da grande área; foi ou não pênalti, na cobrança ocorreu infração, a bola entrou ou não); quando um gol for marcado (houve algum tipo de infração na jogada – impedimento, falta; a bola entrou ou não); identificação erronêa de um jogador, confusão de qual atleta cometeu tal irregularidade; e cartão vermelho.

No entanto, no mesmo protocolo consta que a ação do VAR deve ocorrer em “erros claros e óbvios”, mas na regra 5 encontra-se o seguinte texto: “O árbitro deve tomar as decisões do jogo com o máximo de sua capacidade, de acordo com as regras e o “espírito do jogo”, segundo sua opinião. Em razão disso, o árbitro possui poder discricionário para adotar as medidas adequadas para cumprir a essência das regras do jogo.”

Um dos graves “problemas” do Var é a decisão sobre o que são lances capitais em um jogo de futebol dignos de serem ou não revisados. No papel, o protocolo não deixa dúvidas: o árbitro de vídeo só pode ser chamado em lances de gols, pênaltis, cartões vermelhos e para a identificação de jogadores.

Já com essa questão o VAR cometeu na final da Copa do Mundo de 2018, um de seus grandes crimes.

O primeiro gol da equipe “campeã” do mundo, a França é originado em uma falta inexistente marcada pelo árbitro argentino Nestor Pitana sobre Griezmann, que se joga antes de haver qualquer contato. Em teoria, não é lance para o VAR, é um erro do árbitro de campo. Porém, do lance, sai o gol -Griezmann cruza na área e Mandzukic toca para trás de cabeça, marcando gol contra. Portanto, uma falta mal marcada foi capital para o resultado final daquela partida.

No mesmo lance, o francês Pogba poderia estar impedido no momento do lançamento da bola à área – a jogada é de difícil interpretação. Na disputa do lance pelo alto, Pogba pode ter influenciado no toque para trás de Mandzukic. Neste caso, o lance é puramente interpretativo o atlta francês interferiu ou não na jogada? Apesar da dúvida, o VAR não acionou o árbitro Nestor Pitana para verificação da jogada. Mas na final da Copa, a ação política do VAR não parou por aí. Após o empate da Croácia, a França voltou a tomar a vantagem no marcador com um gol de pênalti de Griezmann, que foi consignado pelo auxílio decisivo do VAR. Que naquele momento colocava VAR 3 x 2 Croácia, ops, França 3 x 2 Croácia. A partida acabou 4 x 2 para a França.

A única razão para a existência de um assistente de vídeo seria enxergar aquilo que o olho humano não consegue ver. Quando o protocolo, por qualquer motivo, detecta um equívoco e admite nada poder fazer, então há um problema sério não foi feito para a ética. Aliás, há muito tempo um companheiro marxista e revolucionário me citou essa frase: “Quando alguém vier lhe falar de ética, cuidado! Podem estar a lhe roubar a carteira.” Cai muito bem tal frase para muitos eventos do futebol e fora dele.

Dentro das decisões políticas do VAR, todo o processo de revisão ou não-revisão de uma jogada está inteiramente centralizado na equipe de arbitragem. Além de poder restringir quais são as situações de revisão o protocolo lança mão de um artifício tanto particular quanto perigoso: embora a decisão final seja “sempre do árbitro de campo” a decisão do que será ou não revisto está inteiramente nas mãos dos assistente de vídeo, na salinha do ar condicionado.

Tal situação dá aos assistentes de vídeo uma espécie de poder moderador, capaz de controlar a narrativa do jogo como bem entender. Ele pode tanto convidar o árbitro a revisar lances absolutamente questionáveis, como também pode se abster em situações idênticas ou até mais graves, como a descrita acima.

Isso sem falar, de que no mundo capitalista das apostas em jogos de futebol, quem garante que na salinha de ar condicionado, ou antes de se adentrar a ela, não se tomem decisões políticas sobre os eventos esportivos mercadológicos.

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