Da redação – O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, reduziu sua proposta original de lei marcial, de 60 para 30 dias, após receber ligação telefônica da chanceler alemã Angela Merkel e do secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, segundo uma denúncia.
Ela foi feita pelo jornalista Dmitry Gordon, em entrevista ao canal NewsOne, citada pelo portal russo Lenta.ru. Conforme Gordon, na proposta inicial de Poroshenko também constava a lei marcial em todo o território ucraniano, não somente em dez regiões, como ficou determinado pelo texto final do decreto.
O objetivo do imperialismo, ao diminuir o tempo da lei marcial, seria reduzir os poderes de Poroshenko, uma vez que, se imposta por 60 dias, haveria a possibilidade de o atual presidente adiar as eleições presidenciais que ocorrerão em março de 2019. A imprensa russa acusa Poroshenko de ter sugerido 60 dias de lei marcial com essa exata intenção.
A lei marcial foi proposta por Poroshenko no dia 25 de novembro, após a Rússia capturar navios ucranianos que invadiram suas águas. No dia seguinte, o parlamento aprovou a proposta, mas com a modificação que havia sido ordenada a Poroshenko pelo imperialismo, de acordo com a denúncia de Gordon.
O presidente ucraniano tem menos de 10% de aprovação, uma popularidade ínfima. Embora seu regime seja basicamente um fantoche do imperialismo, percebe-se que este não se sente seguro com a administração desastrosa de Poroshenko. Como a oposição na Ucrânia é praticamente toda de direita, ou mesmo de extrema-direita, outros políticos apresentam-se como uma alternativa a Poroshenko para dar continuidade ao regime golpista de 2014, como a próprio Yulia Timoshenko, líder golpista de longa data e intensamente vinculada ao imperialismo.