Da redação – O Ministério de Relações Exteriores da Rússia denunciou que a imposição de lei marcial pelo governo da Ucrânia foi feita para utilizar um pretexto para atacar a região independentista do Donbass, que vive uma guerra civil com o regime de Kiev desde 2014.
“A lei marcial é uma camuflagem por trás da qual o regime de Poroshenko [presidente ucraniano] tenta ocultar suas intenções de organizar no Donbass outra provocação”, declarou a porta-voz do Kremlin, Maria Zakharova.
Ela revelou que a inteligência russa tem recebido informações nos últimos dias de que Kiev está preparando “possíveis ações militares do Exército da Ucrânia no Donbass”, por meio do envio de “consideráveis forças de ataque, que logo se posicionam ao longo de toda a linha de separação” entre o Donbass e o resto do país, no leste.
Zakharova ainda recordou informações recebidas pela inteligência russa de que o governo ucraniano poderia utilizar armas químicas durante a possível ofensiva no Donbass. “Nos geram preocupação as informações que recebemos sobre a possibilidade de que os militares ucranianos realizem provocações no Donbass de diversos níveis e escalas, incluindo o uso de substâncias químicas tóxicas.”
A lei marcial vigora, desde 26 de novembro, em dez regiões do país, entre as quais justamente Donetsk e Lugansk. As duas regiões ficam no Donbass, sudeste da Ucrânia, e proclamaram independência logo após o golpe de 2014, criando a República Popular de Donetsk e a República Popular de Lugansk.
Portanto, o governo central de Kiev não controla essas regiões, e a lei marcial decretada sobre elas pode realmente sinalizar o objetivo de iniciar um brutal avanço militar sobre o Donbass na tentativa de recuperá-lo dos separatistas.