Só “dá” Brasil na América Latina e no mundo, e isso tem se confirmado com a sequência de finais entre times brasileiros: 2020 – Palmeiras 1 x 0 Santos; 2021 – Palmeiras 2 x 1 Flamengo; e, em 2022, novamente dois times brasileiros vão disputar a final, no dia 29 de outubro, no estádio Monumental de Guayaquil, no Equador, Flamengo e Athletico Paranaense, com horário ainda a ser confirmado pela CONMEBOL.
O Brasil terá oficialmente, no dia 29 de outubro, seu 22º título da CONMEBOL Libertadores, atrás somente dos argentinos, com 25 títulos. Na sequência temos Uruguai, com 7 títulos, Paraguai, com 3 títulos, Colômbia, com 3 títulos, Equador, com 1 título, e Chile, com mais 1 título. Nos últimos doze anos o Brasil trouxe para sua nação 8 dos 12 títulos disputados, um verdadeiro domínio brasileiro na competição. Citando o jornalista Mauro Cezar Pereira, o domínio brasileiro na libertadores deve durar um bom tempo.
Parte desse domínio também deve-se ao fato da pandemia ter corroído a economia dos países latino-americanos que, no caso do Brasil, levará aproximadamente 2 anos e meio, e na vizinha Argentina, mais de 6 anos para recuperar quedas no PIB e outras desacelerações. Isso teve reflexo na janela no qual “raparam o tacho” de vários jogadores importantes de times antes dominantes, como River Plate, Boca Juniors, Racing, etc. A pandemia deixou o futebol de molho, sem jogos na TV, estádios vazios e muitos períodos parados, fato que minou os cofres dos já combatidos times argentinos, e que hoje já não fazem frente com os grandes times brasileiros.
O Flamengo disputará sua terceira final na Libertadores das últimas quatro competições, mostrando também que no cenário nacional há uma grande diferença técnica e econômica dos times brasileiros, e grande parte disso se deve à proposta econômica desses times, o que trouxe atualmente sistemas de gestão a longo prazo e, junto a torcida, campanhas para alavancar seus times. Essa gordura financeira deu visibilidade aos profissionais locais, sendo aproveitados dentro desses clubes e, no caso do Dorival Júnior no Flamengo, e do consagrado Felipão no Athletico Paranaense, vem mostrando que o futebol brasileiro tem alcançado o seu lugar de destaque no mundo, superando o sentimento de autopiedade de que somente treinadores estrangeiros fazem bons trabalhos, mostrando por resultados a excelência da formação técnica desses profissionais no brasil.
Isso tudo ocorre no contrafluxo reacionário da Confederação Brasileira Futebol – CBF, que insiste em minar o futebol brasileiro em extensas competições pouco competitivas de fato, e que pouco ajudam os outros times sem recursos, deixando o cenário nacional muito polarizado. Essa maré de elitização do futebol atinge todas as raízes do esporte e a própria decisão de evento único da final. Transforma num evento burguês de difícil acesso aos verdadeiros amantes do futebol, o povo, além de conduzir as finais para longe das torcidas dos respectivos times. Só dá Brasil e quem ganha com tudo isso é CBF e CONMEBOL.