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Candidato ao governo no Paraná

Adriano Teixeira explica o que é uma candidatura operária

Acompanhe entrevista de Adriano Teixeira, concedida com exclusividade ao Diário Causa Operária, após participar de debate na Band

Dessa vez, seguindo a série de entrevistas relativas às eleições de 2022, o Diário Causa Operária entrevistou Adriano Teixeira, candidato ao Governo pelo Partido da Causa Operária (PCO) no Paraná. Operário do interior do estado, Adriano participou de um debate eleitoral na Band, nesta segunda-feira (08), e nos contou com exclusividade sobre sua experiência.

Confira a entrevista logo abaixo. Ao final, você pode acessar a entrevista na íntegra publicada no YouTube.

Diário Causa Operária: antes de mais nada, pode falar um pouquinho sobre você e sobre como você entrou na militância?

Adriano Teixeira: tenho 35 anos, moro aqui no Paraná, no interior do Paraná a cerca de 30 anos, mais especificamente na cidade de Paranavaí. Fiz faculdade de história na Universidade Estadual do Paraná mas, desde adolescente, já trabalhava com funilaria e pintura de automóveis. Meus irmãos sempre trabalharam nesse ramo, e então eles me ensinaram a trabalhar também, ramo que ocupo até hoje.

Eu conheci o Partido da Causa Operária dentro da universidade. Eu já tinha alguns pontos em comum com a esquerda e, com o tempo, fui desenvolvendo isso. Em 2016 me chamou à atenção os alertas que o PCO fazia em relação ao movimento golpista. Então, Rui, Presidente Nacional do PCO, disse em uma análise política que “estava em andamento um golpe de estado no País” e eu comecei a prestar mais atenção no Partido.

Depois do golpe, enquanto o PCO alertava que o Lula seria preso, a esquerda estava bobeando, e eu concordava que ele seria preso. Quando isso aconteceu, eu falei “preciso fazer alguma coisa” e aí me juntei ao Partido. Finalmente, era o partido que tinha uma luta real e concreta, não só contra a prisão do Lula, mas também contra o impeachment da Dilma.

DCO: em relação às eleições, vimos que você participou de um debate na Band. Como foi essa experiência?

AT: olha, para mim foi uma coisa inédita, confesso que eu nunca nem tinha entrado em um estúdio de televisão. Eu estava bem nervoso, mas foi uma experiência e tanto, tive a oportunidade de expor a política do nosso Partido, colocar ali bastante coisa de interesse da classe operária num geral.

DCO: deu para ver, no debate, que o posicionamento do PCO sobre a questão da polícia se destacou, até foi parar nas redes. Pode explicar para gente um pouco mais sobre esse posicionamento?

AT: essa é uma questão discutida dentro do nosso partido há muito tempo, inclusive pelo Coletivo de Negros João Cândido, coletivo no qual eu faço parte enquanto militante e coordenador. A política do nosso coletivo, do nosso partido, é pela extinção dessa instituição, dessa máquina de guerra que oprime cada vez mais a população negra e pobre.

Nós temos um programa para isso, não é algo improvisado. Deve ser feito o debate com a população, que deve estar organizada para debater e discutir esse tema. E a conclusão que vamos tirar não é outra senão o fim da instituição, o fim da polícia não só militar, mas de todas as polícias.

Nós fizemos uma Conferência no Jacarezinho, no começo desse ano, antes da mais recente chacina, e além do evento, levamos a nossa política pras ruas e a população local abraçou essa ideia. Eles conhecem a realidade da polícia nas favelas, eles sabem que essa máquina de matar tem que acabar. Pois, finalmente, são justamente pais, mães e crianças que são brutalmente assassinadas pela PM, é um show de horrores. É uma coisa muito grave que só quem está lá sente na pele. Afinal, várias pessoas que não tem nada a ver com o crime, que não tem nada a ver com nada, são assassinadas quase que diariamente por essa máquina de guerra do Estado.

Então, o que a gente procura é isso, mas de uma forma organizada para que a população exerça seu direito de pedir o fim dessa instituição e se organize em milícias populares. Ou seja, cada bairro, cada rua, cada vila organiza um grupo de cidadãos comuns, no qual a população vai lá e vota em pessoas para compor esse grupo e organizar a segurança local. Logo, o grupo conhece a comunidade, pois faz parte dela, então é uma coisa muito mais humana, muito mais pessoal do que a PM que não conhece ninguém e simplesmente chega atirando em uma violência louca.

DCO: deu para ver também, não só por essa posição, mas pelas posições do PCO como um todo, que existe um certo destaque entre os candidatos do PCO e os candidatos de outros partidos. De onde vem essa diferença?

AT: ontem, no debate, ficou bem claro a diferença de um candidato como eu, que trabalho com funilaria e pintura de carros, do resto do pessoal de lá, todo de terno e gravata. O candidato do PCO não é isso, a maioria deles, senão a totalidade, são operários, pessoas simples igual a todo mundo. Não tem diferença de qualquer trabalhador que pega ônibus, que está na rua, que vai no mercado etc. Somos trabalhadores iguais aos outros.

Quando começamos a conversar ali no debate, isso fica claro, e eu acho que a população que está assistindo, a maioria pobre, se identifica com a gente. Não temos nenhuma ilusão no processo eleitoral da burguesia, mas sabemos que a classe operária se identifica com o nosso programa, com as nossas ideias, porque são ideais comuns. Então é nesse sentido que o PCO leva suas candidaturas.

Diferente dos outros candidatos, que têm a intenção de enganar o povo, nosso Partido tem um objetivo para além das eleições. Como eu disse, não temos nenhuma ilusão, mas entendemos que ao participar das eleições, também podemos organizar nossas fileiras rumo à revolução, que é nosso objetivo final.

DCO: para finalizar, vamos falar um pouco sobre a situação do Paraná, que agora está sendo governado pelo Ratinho Júnior, um golpista consagrado. O que você pode nos dizer sobre a situação do Paraná de agora?

AT: a administração dele é uma coisa de louco. Em todo estado com um direitista no poder, a situação é catastrófica, e aqui no Paraná não é diferente. Esse Ratinho é um filhote de Bolsonaro, é quase a mesma coisa só que de terno e gravata. Mas a destruição que ele está causando no estado é a mesma.

 Os trabalhadores estão sendo terceirizados, as privatizações estão em alta, falta professor nas universidades, nos hospitais, médicos; ou seja, o estado está caindo aos pedaços. E esse é justamente o objetivo desses grupos direitistas: quanto pior a situação, melhor para que eles possam culpar o sistema público e privatizar os serviços.

Em geral, a situação está gravíssima. Como eu sou do interior, vou muito à capital para conversar com outras pessoas e vemos que a quantidade de moradores de rua, por exemplo, está altíssima, é uma coisa espantosa.

 Em relação às privatizações, temos a Eletrobras. O governo federal fez uma negociata para vender a maior empresa da América Latina de energia. Com essa venda, vai a Itaipu Binacional, que é aqui do Paraná. No momento, é a segunda maior usina hidrelétrica do mundo, em termos de capacidade, a primeira. Daqui uns dias, veremos o preço da energia aumentando absurdamente. A coisa está jogada às traças.

DCO: nesse sentido, como resolver essa situação? Qual é a saída que o PCO aponta para reverter todo esse quadro?

AT: é a mesma saída que temos para o fim da PM: a organização popular. A única maneira que nós temos para combater isso é organizar a classe trabalhadora, que tem que estar consciente sobre quais são seus direitos e quais são os seus deveres em relação a essa tomada de poder.

Nós não podemos deixar do jeito que está, a situação é catastrófica, então é preciso organizar a população para tomar consciência da situação através de um partido como o nosso, que tem um programa de luta, um programa de reivindicação claro. Nós podemos organizar essas fileiras e derrubar todo esse aparato golpista, esse regime golpista que se apossou do Brasil a partir de 2016 e que vem destruindo cada dia mais não só o estado, mas todo o País.

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