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O inverno está chegando

Crise econômica na Europa deverá gerar onda de revoltas populares

A Europa enfrenta uma das maiores crises de sua história, todo regime político está se fragmentando e a tendência é de um inverno de fúria e mobilização

A Europa passa por uma de suas maiores crises da história. As economias dos principais países do centro do capitalismo entraram em uma decadência total após 40 anos de neoliberalismo e, a cada ano, um novo acontecimento piora a situação ainda mais. Em 2020, o Covid-19 foi um duro baque, mas a guerra contra a Rússia e as suas consequências estão se transformando em um obstáculo ainda maior. As manifestações já estão crescendo em todos os países, e tendem a se generalizar com a chegada do inverno. O inverno da fúria, é como os alemães estão chamando o que está por vir.

A política econômica do neoliberalismo gerou uma enorme pobreza na Europa, que havia deixado de existir por 3 décadas após a segunda guerra mundial. Agora, países como a Inglaterra já anunciaram que milhões não terão condições de pagar nem alimentos e nem aquecimento no próximo inverno. A miséria voltou a existir nos países mais ricos do planeta e um dos principais sintomas que afeta os trabalhadores é o aumento do preço da energia elétrica e do gás, muito importante para o aquecimento no inverno.

A matriz energética da Europa depende muito das termoelétricas que funcionam a base de gás natural. Todavia, o principal fornecedor dessa matéria-prima é a Rússia que, desde o início da operação militar em fevereiro, tem sofrido sanções econômicas cada vez piores em relação ao seu comércio de gás natural e demais commodities. Com a guerra econômica do imperialismo contra a Rússia, o gás não está mais chegando na Europa, o que faz com que os preços tenham aumentado de forma absurda e gera manifestações. O aspecto mais interessante é que as reivindicações delas unifica a diminuição dos preços da energia com uma oposição à Otan e à própria UE.

Na França e na Alemanha, neste fim de semana, houve dois importantes protestos. Em Paris, a manifestação falava abertamente em sair da Otan e em defesa da paz, visto que o governo da França participa da guerra contra a Rússia na Ucrânia. O mesmo aconteceu na Alemanha, onde os cartazes falavam da paz e também contra a imprensa mentirosa em uma alusão clara à máquina de propaganda que se formou contra os russos. Os manifestantes alemães também denunciaram o apoio à Arábia Saudita em sua guerra contra o Iêmen, que gerou uma fome de dezenas de milhões de pessoas.

A maior das mobilizações foi a da República Checa. Lá, de acordo com os organizadores, 100 mil pessoas saíram às ruas da capital. A pauta era a mesma, contra os aumentos dos preços da energia elétrica, as políticas da União Europeia e a OTAN. Neste caso, se expressou também uma tendência que é vista em todo o planeta. Na manifestação, estavam presentes setores da extrema-direita que se colocam contra o bloco mais poderoso do imperialismo, e também setores da esquerda, como o Partido Comunista.

Enquanto isso, a burguesia se prepara para lidar com a crise, sem ceder nada para os trabalhadores. A polícia da Inglaterra revelou que já está organizando planos para lidar com as convulsões sociais que o país espera no inverno. A expectativa é de um aumento de ofensas contra a propriedade, como furtos em lojas, arrombamentos, roubos de veículos, fraudes na Internet e chantagens. Além disso, crianças podem adentrar o tráfico de drogas e a prostituição das mulheres pode aumentar. Esse relatório também comprova que até mesmo a polícia sabe que a criminalidade só existe devido aos problemas sociais.

O quadro que se pinta é de uma desintegração do regime político europeu. Alguns analistas já chegam a falar de fim da União Europeia. Todos os principais países estão com seus governos em crise. Na Inglaterra e na Itália, caíram os primeiros-ministros; na França e na Alemanha, Macron e Scholz, ambos recém-eleitos, já têm seus governos quase esgotados. E, visto que a Otan não recua suas investidas contra a Rússia, a tendência é que a crise só piore.

Na segunda feira (05), o governo russo afirmou que fechará o gasoduto Nordstream 1, o maior fornecedor de gás para a Europa, até que acabem as sanções impostas contra o país. Isso terá um impacto enorme nas economias dos países europeus, principalmente na Alemanha. Lá, a alta da energia está gerando dificuldades não só para a economia doméstica, mas também para a indústria. Alguns chegam a falar até mesmo de desindustrialização do país. Isso significa um ataque direto ao setor mais importante da classe operária do país, o que influi em uma mobilização deste setor.

Nesse sentido, é importante destacar que as mobilizações possuem uma participação das organizações operárias, como no caso do Partido Comunista da República Checa, mas principalmente dos sindicatos. Desde o início da guerra, muitos sindicatos ferroviários impediram o transporte de armamentos para a Ucrânia, o mesmo aconteceu com alguns portuários. Há também uma crescente onda de greves contra a inflação, que é um problema que vem em conjunto com o da questão dos preços da energia.

A Europa está em uma situação explosiva, é um barril de pólvora que lembra até mesmo o Manifesto do Partido Comunista de Marx. Quando ele foi escrito, o antigo regime que havia se estabelecido com a queda de Napoleão estava se apodrecendo e a crise deu origem à Primavera dos Povos, as Revoluções de 1848. Marx começa o texto com a famosa frase: “Um espectro ronda a Europa, o espectro do comunismo”. A revolução chegou mas a classe operária foi derrotada, ainda era um momento de ascensão do capitalismo, mas o mesmo não se aplica aos dias de hoje. Que a burguesia trema diante a revolução comunista.

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