A Venezuela deve ser o país mais democrático do mundo. No último dia 30 a oposição simplesmente tentou invadir uma base militar exigindo a queda de Maduro, presidente legítimo e eleito (com votos, uma coisa que Guaidó não tem). É como se um punhado de paulistas fosse lá no quartel da ROTA em São Paulo para invadir o edifício exigindo a saída de Bolsonaro. É fácil imaginar qual seria o desfecho dessa empreitada por aqui. No caso da Venezuela, o ataque foi dispersado com gás lacrimogêneo. Em muitos outros lugares teria sido dispersado com rajadas de metralhadora, seguramente.
Apesar de toda essa democracia, há uma campanha que acusa o governo de Maduro de ser ditatorial. A Folha de S. Paulo chega ao ridículo de se referir a Maduro sempre como “ditador”. Irônico vindo de um jornal que emprestava carros para torturadores da Operação Bandeirante durante a ditadura militar.
Ainda mais irônico: a Folha entrevistou Guaidó em Caracas na semana passada. O homem tentou dar um golpe de Estado em diversas oportunidades, e serve de figurante na farsa montada pelos norte-americanos para roubarem os ativos na PDVSA nos EUA. É cúmplice de um crime contra o país inteiro, estimula a violência e apoia uma invasão estrangeira em sua própria pátria, o que poderia infligir aos venezuelanos os mesmos sofrimentos pelos quais os iraquianos, líbios, sírios e iemenitas passaram e passam até hoje. Apesar de tudo isso, Guaidó está solto até agora. Já é muito mais democracia que em qualquer outro lugar do mundo. Mesmo que Guaidó fosse preso já, já seria muito mais tolerância do que qualquer outro regime possa ostentar. Em nenhum outro lugar do mundo um Guaidó estaria impune por tanto tempo. Na Venezuela ele está solto e dando entrevistas.
Para completar, a imprensa tenta vender a história de que o governo estaria sendo brutalmente repressivo contra uma população que se manifesta pacificamente. A verdade, porém, é que a direita golpista vai às ruas armada, e ataca os chavistas, civis ou militares, com extrema violência, causando mortes com frequência. Diante dessa forma de a oposição atuar, o governo chavista tem sido contido em sua ações defensivas. Muito diferente do quadro que a imprensa internacional apresenta.
Pelo menos essa imprensa ficou exposta ao ridículo no último dia 30, quando informaram sobre a situação na Venezuela mentindo como sempre. No final do dia a história não fechava. Pela história que contaram Guaidó teria que ter terminado o dia como presidente, mas tudo que aconteceu foi que 25 traidores tiveram que fugir para uma embaixada. A realidade prevalece sobre as manchetes voluntaristas e sobre as mentiras intencionais. Quem ainda estiver disposto a papaguear o que essa imprensa diz, passará por idiota em público sem ganhar nada por isso. A não ser que seja um canalha pago para continuar insistindo na campanha criminosa que está em curso contra a Venezuela.