A atuação da polícia militar em diversos Estados do país em relação aos atos públicos mostra claramente o alinhamento desta instituição com a extrema-direita bolsonarista. A PM protege e até mesmo participa dos atos da extrema-direita, como no caso em que bateu continência aos bolsonarismo, de outro lado, reprime duramente os ato da esquerda. Ante os fatos é impossível dissimular o papel desta instituição no regime político: constituem o órgão auxiliar do fascismo incrustado no chamado Estado Democrático.
O próprio governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB) afirmou que a PM tinha conhecimento da possibilidade de ações contra o STF por parte do grupo fascista denominado 300 do Brasil e nada fez. Em todos os lugares apresentam-se como seguranças particulares da extrema direita; não raro muitos elementos da extrema-direita comparecem aos atos armados, desde armas brancas até armas de fogo, sem serem importunados pela PM; inclusive já houve um atentado com arma de fogo contra a esquerda, em que um fascista atingiu uma moça com um tiro em plena avenida Paulista; não houve consequências para o agressor e foi protegido pela PM. Ainda em São Paulo uma verdadeira operação de guerra foi montada, com milhares de policiais; fechamento das vias de acesso; revista etc., para permitir a ação de meia-dúzia de fascistas na Avenida Paulista neste último domingo (21).
Nos atos da esquerda, contudo, o protocolo é bem outro, a polícia foi mobilizada para intimidar, perseguir e impedir os atos democráticos contra o governo fascista. No Rio de Janeiro, neste último domingo, um companheiro do PCO, Henrique Simonard, e outro manifestante foram presos pela PM sem motivo, além de a polícia ter apreendido materiais de campanha como bandeiras e mastros. Em Brasília os manifestantes de esquerda foram todos revistados, também mastros para bandeiras foram apreendido da esquerda pela polícia, que protegia a extrema-direita impedindo qualquer contato entre os grupos.
O ato em São Paulo nessa mesma data, convocado pelo PCO e os comitês de luta contra o golpe, que por conta da manobra direitista de do frente amplista Boulos, que levou a uma decisão judicial tirânica, ocorreu na Praça Roosevelt, foi acompanhado e intimidado por um grande contingente policial, maior talvez que o próprio ato.
A PM nos Estados, assim como as demais policias, são uma das vigas fundamentais de sustentação do governo Bolsonaro e um importante fator de desestabilização na luta interna das frações da burguesia pelo controle político do governo. As forças de repressão estatais, e a PM como coração destas, são, depois das Forças Armadas, a principal instituição do Estado burguês, tanto pelo seu tamanho, mas principalmente pela sua função, são os profissionais da violência, são para o Estado Burguês o que os assassinos; pistoleiros são para as organizações criminosas, ou seja, peças essenciais, sem as quais a dominação pela violência que exercem ou que pretendem não tem meio de se efetivar.
A própria burguesia tradicional alarma-se com a situação, pois o apoio efetivo ao bolsonarismo por parte das polícias resultaria imediatamente na ditadura fascista instaurada, se não houver encarniçada reação, ditadura essa que a burguesia teme, não por considerações democráticas mas por achar, pelo menos setores dela, medida extremada e de grande risco por conta da reação interna, principalmente, e externa, logicamente que essa medida está na conta da burguesia, mas como última opção. O apoio direto da PM seria esse sinal de que as opções acabaram.
A PM, principalmente, mas também as demais polícias são o sustentáculo permanente, entranhado no regime político, do fascismo e a base de apoio para uma ditadura fascista. Do ponto de vista democrático, para o movimento popular, de esquerda se impõem a necessidade da luta pela dissolução deste aparato para fazer cessar o perigo fascista, enquanto existir o esse aparato o tacão fascista pairara sobre nossas cabeças.
