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Uma armadilha política

Os perigos da política da frente ampla

A Frente Ampla é um obstáculo ao desenvolvimento da luta independente das massas populares contra o governo fraudulento e por isso deve ser implacavelmente denunciada

O Portal Vermelho, página online do PCdoB, traz, em sua edição de 18 de junho, artigo do dirigente Luciano Siqueira, membro do Comitê Central da sigla stalinista. Mais uma vez, o tema trazido à baila diz respeito à “Frente Ampla”, concertação política supostamente engendrada para se colocar em “defesa da democracia” e do “Estado de Direito”, em oposição – de acordo com seus idealizadores – às pretensões golpistas e aos arroubos cada vez mais autoritários do Presidente da República.

Diz o senhor Siqueira em uma das passagens do artigo: “Nos últimos três meses, várias conjurações frentistas têm se estabelecido. Da articulação de governadores para enfrentamento do coronavírus e para resistirem às agressões do presidente da República aos diversos movimentos que têm lançado manifestos em defesa da democracia”. Pura ficção, completa fantasia. Primeiro, não há qualquer política de enfrentamento consequente ao coronavírus por parte dos governadores. A pandemia, desde o seu início, se disseminou vertiginosamente sem que houvesse qualquer iniciativa séria por parte não só do governo federal, como também não houve ação eficaz de nenhum governador para deter a infecção e as mortes nos Estados. Os números macabros atestam o que vem acontecendo no país. O que houve foi a patética tentativa de alguns governadores em administrar e organizar a crise, tentando impedir que a mesma assumisse proporções trágicas e catastróficas. Nada além disso, o resto é utopia fantasiosa de quem não quer enxergar o óbvio.

Também não se vê, nos manifestos em “defesa da democracia”, qualquer traço efetivo na defesa dos direitos democráticos da população, assim como a defesa da principal bandeira de luta dos movimentos populares….o “Fora Bolsonaro”. A “Frente Ampla” e os manifestos, portanto, são peças de teatrais para o oportunismo retórico e demagógico de medalhões, como o ex-presidente FHC, golpista de primeira hora e outros de igual perfil, como o ex-presidenciável Ciro Gomes, o mais notório camaleão da política nacional dos últimos anos.

Em outro momento, o senhor Siqueira traz mais um exemplo de “iniciativa em favor da Frente Ampla”: “O Primeiro de Maio Unificado, promovido pelas principais centrais sindicais, com a presença de personalidades e lideranças políticas de expressão e de correntes políticas diversas, por si mesmo foi uma importante iniciativa em favor da frente ampla”. Personalidades e lideranças aqui são os senhores Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, respectivamente presidentes da Câmara Federal e do Senado, que mesmo não tendo comparecido ao ato virtual de Primeiro de Maio, foram convidados para dar cor e brilho golpista ao evento maior dos trabalhadores. Uma escancarada traição à memória dos mártires da luta histórica da classe operária contra seus algozes.

Em outro trecho, pode-se ler: “Em nossa História, frentes políticas e sociais dessa dimensão nunca são um ponto de partida, são um ponto de chegada. Culminam uma determinada fase da luta política. A Aliança Democrática, que derrotou a ditadura militar no colégio eleitoral, aconteceu assim” Nada mais falso, nada mais distorcido, nada mais distante da realidade. A Aliança Democrática pariu a hedionda figura do senhor oligarca José Sarney, homem de confiança da ditadura, presidente do PDS, partido que sucedeu a velha e direitista Arena, aliança que deu sustentação parlamentar-institucional aos anos de chumbo dos generais, página infeliz da nossa história. A campanha das “Diretas Já”, (1984), que reuniu milhões nas ruas do país exigindo o fim da ditadura e dos governos  militares foi miseravelmente traída, apunhalada perlas costas, dando lugar à “dobradinha” Tancredo-Sarney, tradicionais representantes do conservadorismo e da velhacaria política nacional. Portanto, não houve qualquer derrota da ditadura com a eleição de Tancredo Neves/José Sarney no abjeto Colégio Eleitoral, composto por elementos representantes dos cacos despedaçados da ditadura, que à época, sobrevivia cambaleante, raquítica, ferida pelas gigantescas e contundentes mobilizações e lutas operárias e estudantis do final da década de setenta.

O PCdoB é o mais entusiasta defensor e propagandista da Frente Ampla, constituída para se colocar como obstáculo à polarização política entre as classes, entre as massas populares e o governo burguês-golpista. É necessário uma luta tenaz e implacável para denunciar o caráter antipopular, golpista e reacionário da Frente Ampla, opondo a esta um programa de luta que recoloque na cena política do país as mobilizações e o enfrentamento dos explorados contra o governo Bolsonaro, a burguesia e o imperialismo.

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