O julgamento do ex-sargento da Polícia Militar de Pernambuco, Luiz Fernando Borges, foi novamente adiado. Réu confesso do assassinato brutal de um adolescente de 14 anos e de tentativa de assassinato contra um outro adolescente de 13 anos em 2016, o assassino de farda seria julgado nesta quarta-feira (10). Todavia, o Judiciário há dois anos protege este verdadeiro monstro, assassino do povo pobre e negro adiando sua condenação.
O policial assassino apresentou um atestado médico, por conta de uma suposta cirurgia, que o impede de participar do julgamento pelos próximos 30 dias, o que justificou o novo cancelamento aos olhos do juiz. Seus advogados nem mesmo compareceram a sessão que ocorreria no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano no Recife, neste dia 10, e onde foi determinado o adiamento. Mais uma vez a família se depara no momento do julgamento com o cancelamento do mesmo. A justiça o remarcou para 06 de novembro.
É a segunda vez que o Júri Popular é adiado por manobras do réu, prontamente acatadas pelo Judiciário, a primeira foi em setembro deste ano, após longa batalha para leva-lo ao Juri. Uma estratégia para desmobilizar a campanha por justiça e contra o assassinato da juventude pobre e negra feita pelos familiares da vítima, Mário de Andrade, em especial sua mãe, Joelma Andrade de Lima, que lutam à mais de dois anos pela condenação deste dejeto humano, deste assassino de farda, serviçal dos capitalistas, dos golpistas, inimigo do povo negro e dos pobres de todo país.
Evidentemente, que o Judiciário é parcial na condução do caso, atuando de acordo com os interesses do réu, e, assim, tornando-se cúmplice da enorme injustiça. A ação do Judiciário de se colocar como cúmplice na estratégia de um assassino confesso, membro das forças de repressão do Estado, para safar-se da penalização é clara, de outro lado, salta aos olhos, a perseguição que o mesmo judiciários realiza contra a esquerda e o apoio e a participação ativa deste “poder” no golpe.
Esses fatos mostram claramente que, tanto a Polícia e o aparelho repressivo em geral, quanto o Judiciário são instituições que existem para perseguir e punir os negros, os pobres, os oprimidos e safar os ricos e seus serviçais, é contra elas que devemos nos levantar.
O caso
O PM matou com três tiros o estudante Mário Andrade de Lima e tentou assassinar seu amigo, que sobreviveu por ter se fingido de morto após se atingido na perna. Aconteceu em Junho de 2016, em Ibura, zona Sul do Recife. As duas crianças que passeavam em uma bicicleta esbarra com motocicleta do sargento que estava bêbado e vinha na direção contrária. Após a colisão, o sargento rendeu as crianças, premeditadamente ligou para o 190 informou que teria sofrido um assalto e após a ligação torturou Mário com coronhadas e atirou contra os garotos, Mario tomou três tiros e não resistiu, o outro garoto foi atingido na perna, fingiu-se de morto e conseguiu sobreviver.
A selvageria, a bestialidade, a covardia deste indivíduo é indescritível, o PM foi expulso da Corporação devido a repercussão do caso, evidentemente, no entanto, que sua conduta corresponde a de seus colegas de corporação e a conduta que a mesma exige.
Esse monstro agora aguarda julgamento no presídio de Igarassu.