Os conflitos entre EUA e Irã se intensificaram nos últimos dias com o assassinato do general iraniano Qassem Soleimani pelo governo norte-americano, no dia 2 de janeiro. Como já se tornou frequente, o presidente Donald Trump utilizou a rede social Twitter para direcionar seus ataques ao alvo do momento, o povo iraniano e seu governo. Em uma recente declaração, Trump ameaçou bombardear 52 alvos no Irã, alguns em localidades de grande valor cultural e histórico do antigo império persa. Segundo o presidente do país imperialista e de maior poderio bélico no mundo, se os iranianos “têm permissão de matar o povo americano”, os EUA teriam direito de atacar seus objetos culturais.
Fato é que os EUA e outros países imperialistas já promoveram morte e destruição em diversos países oprimidos ao redor do globo. Seus governantes tentam justificar as intervenções dizendo que estariam levando “democracia” e “civilização” para esses países mas, na verdade, guiados por interesses econômicos levam a barbárie e promovem o caos.
Nesse sentido, a ameaça de Trump não deve ser vista como algo inédito. As inúmeras guerras provocadas pelos imperialistas contra países da periferia do capitalismo levam à destruição de obras seculares e de valor cultural inestimável. A guerra e ocupação imperialista no Iraque, por exemplo, teve como consequência a destruição de sítios arqueológicos da antiga civilização da Mesopotâmia. Além disso, a situação de guerra leva ao saque de museus, arquivos e bibliotecas.
Enquanto isso, embora não tenham denunciado o atentado terrorista dos EUA contra o Irã, parte da esquerda democrata acusa Trump de ameaçar cometer um crime de guerra. É o caso da congressista Alexandria Ocasio-Cortez e uma das candidatas democratas nas eleições presidenciais, Elizabeth Warren que condenaram as declarações do presidente. De acordo com a organização Human Rights Watch, “As leis de guerra proíbem ataques deliberados a objetos civis que não sejam usados para fins militares.” A nota ainda destaca o “insensível desprezo [de Trump] pelo estado de direito global”.
Na realidade, não apenas Donald Trump, mas todo o imperialismo despreza a cultura, especialmente a dos países atrasados. Ao ameaçar bombardear alvos pertencentes à história e cultura do povo iraniano, Trump coloca em risco importante patrimônio histórico da humanidade.