Nos últimos meses, o Ministério da Defesa da Rússia vem registrando uma escalada nas operações militares da OTAN em regiões próximas ao seu território. Segundo o Coronel Sergey Rudskói, chefe da Direção Geral de Operações do Estado-Maior da Rússia, as manobras tem um caráter “anti-russo” e aumentam exatamente no período em que o mundo todo sofre os impactos da pandemia do Coronavírus.
Segundo o general, um voo de bombardeiros Rockwell B-1 foi detectado e monitorado realizando manobra ao longo da península de Kamchatka. Em Maio, cinco desses vôos foram detectados a 10 quilômetros das fronteiras de Kaliningrado.
Em mar, a entrada de navíos da OTAN no mar de Barents também foi interpretada como uma provocação, apesar de terem sido respeitados protocolos internacionais que determinam a notificação em um período mínimo. Outra manobra, no início de Maio, foi verificada pela frota do norte da Russia, quando três destróieres americanos e uma fragata britânica adentraram o mar de Barents, algo inédito nos últimos 40 anos.
Por terra, uma das ameaças do imperialismo à segurança russa chegará pela fronteira da Polônia. Lá, entre os dias 5 e 19 Junho, 4.000 soldados americanos de unidades blindadas e 2.000 soldados polacos realizarão o exercício Allied Spirit, dentro de uma manobra estratégica mais ampla denominada “Defender-Europe 20”. Além das tropas, cerca de nove mil equipamentos, como tanques e veículos blindados, que já se encontravam em solo europeu estão sendo deslocados para pontos estratégicos nesta operação contra a Rússia.
Além disso, grandes obras militares estão sendo edificadas pela Europa sob o comando do exército dos Estados Unidos. Quartéis generais, Centros de Treino de Combate e aeroportos são demonstrações de forças que vão ao encontro do aumento da presença militar americana prometido por Donald Trump em Declaração Militar divulgada em Setembro de 2019.
Mesmo sofrendo uma crise econômica e social inédita em sua história, acentuada pela pandemia do novo Coronavírus, a agenda do imperialismo é seguida à risca. Ameaçado pela autodeterminação de povos como os russos e os chineses, o imperialismo faz o que pode para postergar ao máximo seu fim, evitando uma rotação violenta no eixo que pode por fim ao próprio sistema capitalista.
Muito mais do que demonstrações de controle e força, as caras manobras militares escancaram o desespero de um bloco econômico em evidente declínio.