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Posto para correr

18/10/2003: povo boliviano expulsa presidente neoliberal do país

Presidente neoliberal e capacho dos EUA é colocado para correr pelo povo boliviano que não aguentava mais o desmonte do estado.

A Bolívia vinha de um período de vários governos neoliberais, como o governo de Gonzalo Sánchez de Lozada y Sánchez Bustamante (1993-1997) que privatizou praticamente todas grandes indústrias de minério do país, de Hugo Banzer (1997-2001) que privatizou a água dos Bolivianos, gerando uma imensa revolta e de Jorge Fernando Quiroga Ramírez (2001-2002) que já vinha enfraquecido pela queda de Hugo Banzer, mas tentava vender o gás boliviano descoberto na década de 1990.

A tentativa de privatização total do gás recentemente descoberto, assim como o que vem acontecendo com o petróleo do pré-sal brasileiro, aumentou a polarização do país que recentemente havia revertido a privatização da água durante o governo de Hugo Banzer. Para não ser derrubado e poder tentar se eleger em futuras eleições, Fernando Quiroga deixou para o governo futuro a construção de um gaseoduto em direção ao Chile, para que de lá o gás fosse vendido aos EUA e ao México. Essa verdadeira entrega do gás manteria o país em uma pobreza extrema, pois o tipo de contrato feito faria a Bolívia ficar com 18% de lucro sobre o gás, o que representaria um ganho de mais ou menos 180 milhões de dólares por ano.

Após as eleições de 2002, o candidato vitorioso foi Gonzalo Sánches de Lozada, que já havia sido presidente. Apoiado pelo imperialismo dos EUA, decide construir o gaseoduto sem grandes alardes, para não mobilizar a população. Junto a isso, cria todo um planejamento militar para enfrentar a população em caso de revolta e impedir uma nova vitória como a que havia ocorrido em 2000 por parte da população.

O governo inicia seus planos de desmonte e, em setembro, cria um imposto sobre os salários, o que leva a polícia a ser contra a medida, gerando um conflito contra as forças armadas e que faz com que Lozada volte atrás e perca apoio político.

Logo em setembro e outubro, sobre suspeita de que a construção do gaseoduto ao Chile aconteceria, o que nunca era negado pelo presidente, a população começa a se mobilizar e a realizar greves, tendo a cidade de El Alto muita importância na Mobilização. A população dessa cidade bloqueou sua ligação com La Paz, seguida de outras cidades. Como resposta, o presidente usou a repressão das forças armadas.

No dia 13 de outubro, sobre a justificativa de levar ajuda humanitária à cidade de El Alto, pois o governo havia cortado o abastecimento de insumos da cidade, militares começam a atirar sobre a população, de helicóptero (ao modo do governador bolsonarista do Rio de Janeiro, Witzel) e nas ruas. A população responde à violência com paus, pedras e demais ferramentas. Durante à ofensiva dos militares contra a população, uma criança de 5 anos que sai à rua é assassinada friamente por um tiro de fuzil.

O país explode e a mobilização aumenta, com greves gerais e participação de grupos e partidos políticos de esquerda, levando o o presidente neoliberal a renunciar em 17 de outubro de 2019, fugindo para a terra de seus patrões, os EUA, no dia 18.

O vice-presidente Carlos Mesa assume e, em 2005, como tentativa de conter a mobilização popular, propõe uma assembleia constituinte com um referendum sobre a capitalização de mais impostos para o país sobre o gás. A burguesia nacional se opõe a isso, dizendo que gostariam de manter o lucro do estado em 18%.

Ao mesmo tempo, os grupos de esquerda, em que se sobressai Evo Morales, aponta que o caminho é a estatização total do gás natural. Carlos Mesa, assim como o último governo, já havia chegado ao governo destruído pela mobilização popular, mas ainda assim tentou levar uma política neoliberal, gerando uma segunda guerra do gás em 2005, que o depôs.

Nas eleições de 2005 a população elege Evo Morales com mais de 50% dos votos, uma vitória historica pois constitui pela primeira vez um governo sem necessidade de alianças com outros partidos, o que leva Evo e a população boliviana à vitória, nacionalizando o gás boliviano.

A situação da Bolívia, assim como as mobilizações atuais no Equador, são exemplos para a situação brasileira. Os ataques que o governo fascista e ilegítimo vem fazendo à população brasileira só podem ser contidos na mobilização que vise a sua derrubada. O medo de que um governo pior possa vir não é desculpa, pois o caso boliviano nos mostra como os governos vindos após intensa mobilização da classe trabalhadora, e que tenham a mesma intenção de promover ataques aos direitos da população, não tem possibilidade de levar uma política neoliberal. Os Bolivianos derrubaram Hugo Banzer, o governo de seu vice não conseguiu fazer as reformas pretendidas deixando-as nas mãos do próximo governo, que também foi derrubado, resultando no governo de Carlos Mesa que não conseguiu levar a política neoliberal para a frente, o que resultou no governo de Evo.

Agora, o presidente Evo Morales está prestes a se reeleger. Porém, deu uma entrevista na qual indica que esteja em curso outro golpe de estado planejado pelos EUA caso sua reeleição seja confirmada( Você pode acompanhar sua declaração aqui no Diário Causa Operária.). Por isso é de extrema importância que nós, no Brasil, lutemos contra o golpe de estado local, colocando Bolsonaro para correr como fizeram nossos irmãos bolivianos e libertando o companheiro Lula, que está preso como parte do golpe.

Caso deseje mais informações sobre os processos políticos que resultaram hoje no governo de Evo Morales e que fazem da Bolívia o país que mais cresce na América Latina, clique aqui.

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