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É preciso acordar! O lobby na luta da Previdência naufragou

Quando uma pessoa encontra-se em um sono profundo, tal como a personagem dos contos de fadas a Bela Adormecida, algumas opções “radicais” para quem a deseja acordar rapidamente vêm à cabeça: jogar-lhe um balde de água fria, fazer algum barulho estrondoso ou mesmo chacoalhar o dorminhoco. Pois é de algum tratamento de choque como esses que a CUT, única central sindical real no Brasil, precisa neste momento.

Após as inúmeras experiências que a classe trabalhadora tem passado neste regime golpista, que mostram a total esterilidade da luta política em um caráter puramente parlamentar/institucional, eis que em matéria, o sítio da CUT divulga que as principais ferramentas na luta contra o governo Bolsonaro seriam um abaixo-assinado contra a “reforma” da previdência e a pressão exercida sobre os parlamentares através das redes sociais!

Isso poucos semanas depois que a mesma CUT liderou a grandiosa mobilização do di 14 de junho, contra a sabotagem dos pelegos das “centrais” ligadas ao patrões e ao regime golpista.

Durante toda a manobra golpista do impeachment, ouvia-se algumas vozes que diziam que o Brasil nunca passaria por um novo golpe, afinal estaríamos em uma “democracia consolidada”, de acordo com estes sábios. Para os que acompanhavam mais de perto a conjuntura política, era claro que a burguesia nacional e o imperialismo estavam dispostos a levar o golpe às últimas consequências. No entanto, quais foram as orientações das direções da esquerda no momento? Que a verdadeira batalha seria no Congresso, e posteriormente no Senado e que ao movimento popular caberia apenas o papel de realizar alguns atos de rua, como forma de pressionar os parlamentares.

Mesmo após esta experiência, que foi bastante didática, alguns diziam que o STF, notável “guardião da Constituição” reverteria toda a engrenagem golpista. Em paralelo, setores da esquerda afirmavam que não adiantava lutar efetivamente contra o impeachment, afinal, Dilma era impopular. Portanto, a esquerda deveria “virar a página do golpe”. Quer dizer, uma vez que a mobilização parlamentar e institucional revelou-se inútil para frear a sanha golpista, os mesmos articuladores dessa política genial saíram a campo para mudar de assunto.

Por fim, o mesmo fenômeno repetiu-se com a prisão de Lula, em proporções ainda mais profundas. Alguns muito desvinculados da realidade afirmaram que a direita nunca iria se atrever a prender Lula. Outros, mais tontos, diziam que Moro não condenaria Lula, afinal, não havia nenhuma prova. Chegou-se ao ponto de se apostar todas as fichas no TFR-4 e, posteriormente, mais uma vez no mesmo STF.

Na sequência alguns afirmaram que a prisão de Lula não duraria 10 dias, que seria rapidamente revertida na justiça. Ainda tivemos alguns desdobramentos no STF, como as novelas que envolviam diretamente o ex-presidente Lula, como quando morreram seu irmão e seu neto, ou ainda quando o STF julgou o problema da Segunda Instância, e hoje, passado mais de um ano da prisão de Lula, parece cada vez mais improvável que a justiça golpista vá soltar Lula, se deixada por conta própria.

Estes são apenas alguns dos fatos mais marcantes, rapidamente elencados, que contribuíram profundamente para a formação política dos setores mais conscientes da classe operária e da pequena-burguesia. Há cada vez menos pessoas que seguem se iludindo com essas manobras institucionais e parlamentares, que, como pudemos ver, falharam miseravelmente em todos os casos de maior relevância política.

Em parte, essa política da CUT, de continuar apostando nas cada vez mais desmoralizadas instituições brasileiras, é um reflexo da pressão de setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa que domina o País  e da chamada “unidade” sindical com setores reacionários, claramente favoráveis à política dos golpistas contra os trabalhadores. A aliança da CUT com “centrais” sindicais golpistas, como é o caso da Força Sindical, contribui somente para o enfraquecimento da luta contra o golpe de Estado, como discutimos aqui mesmo nesse Diário.

Não há nenhum príncipe encantado que vá despertar em um passe de mágica com um beijo a classe trabalhadora brasileira. É preciso chacoalhar as bases da CUT e de todos os sindicatos, com base em um intenso trabalho de agitação e propaganda, para impulsionar uma ampla mobilização e desta forma também despertar por baixo as sonolentas direções sindicais que resistem ao desenvolvimento da luta contra o governo Bolsonaro.

A única forma de acuar os golpistas e finalmente derrotar o golpe é através de uma política verdadeiramente combativa, nas ruas. A fase de se fazer lobby no Congresso Nacional há muito já se passou. A CUT precisa organizar uma nova greve geral, por 48 horas em um primeiro momento, por tempo indeterminado, depois, pelo Fora Bolsonaro, por novas eleições e pela Liberdade de Lula.

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