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Defensor da frente amplíssima

Ciro Gomes não quer manifestações pelo Fora Bolsonaro

Em declarações à imprensa golpista, o líder do PDT mostra porque a frente ampla/ amplíssima é uma manobra da burguesia que deve ser combatida

Nesta quinta (11) o ex-candidato a presidente, Ciro Gomes (PDT), condedeu entrevista ao principal jornal burguês do país, a Folha de São Paulo. Nela, Gomes defende não ir para as ruas contra Bolsonaro e ataca Lula e o PT com argumentos da direita bolsonarista e tradicional.

Quando perguntado se o PDT não apoia os protestos de rua contra Bolsonaro, por causa da pandemia. Gomes respondeu:

“Tenho respeito e gratidão por aqueles que se propõem a correr o risco de se contaminar e de ser ferido por uma parte da polícia arbitrária que está a serviço do bolsonarismo. Mas, como homem público, tenho responsabilidade. Não está na hora de ir para a rua, mas a hora chegará.”

Para Ciro Gomes, o que mais seria necessário para ir para a rua? Bolsonaro matar metade da população de coronavírus e de fome? Os mais de 41 mil mortos por coronavírus e as ameaças de golpe militar, para Gomes, são insuficientes.

Ele segue explicando sua posição capituladora, “tudo o que o Bolsonaro quer é distrair a opinião pública da pandemia e do desastre econômico sem precedentes. Ele pretende criar um campo de batalha, para coesionar a turma radical que o segue. Criar um caos para que amanhã a classe média, que hoje é crítica a ele, comece a se assustar e peça ordem.”

Aqui reside um clássico argumento para se colocar contra a mobilização popular, que é: se o povo for para a rua, manifestar-se, defender-se dos golpistas, aí haverá repressão. Logo, a saída seria ficar em casa e não fazer nada, como Ciro Gomes tem feito.

Isso fica mais claro adiante, na próxima pergunta da Folha.

Folha: “- Qual será, a seu ver, a hora de ir às ruas?”

Ciro Gomes: “- Ali por agosto ou setembro, vamos precisar todo mundo ir para a rua. Agora, o povo, desorientado por esse debate absolutamente irresponsável feito pelo Bolsonaro, precisa fazer isolamento social. As fotografias do contágio são assustadoras. Estou apavorado (grifo nosso).”

O pedetista ajuda a esclarecer sua posição. Está apavorado! Onde está o “antifascismo cirista”? Gomes deixa falar por si sua origem pequeno burguesa, das pessoas que atuam com base em sentimentalismo, não na racionalidade que a política exige. Mas é mera demagogia, Ciro Gomes não vai as ruas, porque não tem condição nenhuma de liderar nenhum movimento de rua, dado ser um político burguês, oligarca do Ceará. O que aconteceria se Ciro Gomes se juntasse a manifestações é que seria deixado de lado como liderança política, uma vez que perderia o apoio dos setores da burguesia que o sustentam como liderança política.

Para justificar essa posição covarde e direitista, Gomes utiliza do juridiquês. Perguntado sobre se “seria possível avançar sem pressão das ruas”, respondeu:

“A parte jurídica está dada, mas a política ainda não (grifo nosso). Bolsonaro ainda conta com apoio de parte da população, o que não nos permite ter ilusão de que o Congresso dará os votos. Por isso, ir para a rua será fundamental. Por enquanto, temos que fazer militância virtual.”

O que faltaria para a parte política estar dada? O que seria militância virtual? Gomes – que no episódio dos conflitos entre a PM, seu irmão Cid Gomes e o governo do Ceará, disse que fascismo não se combatia com flores – agora propõe combater a extrema direita bolsanarista, fascista, com a “militância virtual”. É uma piada.

Após passar vergonha e revelar ser um covarde quando se trata de mobilizar a população nas ruas. Ciro Gomes passa aos ataques a Lula e ao PT, mostrando uma defesa cerrada da frente amplíssima.

“…Já o Haddad está numa situação delicada, porque assinou [o manifesto amarelo, dos golpistas pela democracia] e no dia seguinte o Lula disse que não será “maria vai com as outras”. O Lula cuida de destruir qualquer possibilidade de o Haddad adquirir uma personalidade política necessária para liderar uma nação. É um desastre.”

Ao criticar a esquerda do PT, Ciro Gomes acoberta a ala direita do partido, no caso representada por Haddad. Mais, ao Gomes também fala na entrevista que a esquerda aparelhou tudo, omitindo um aparelhamento muito maior, sem comparação com qualquer coisa que ele possa acusar na esquerda: o aparelhamento do Estado é burguês, ou seja, pela burguesia, através da extrema direita e da direita tradicional.

E assim continuou. Ao ser perguntado “o sr. afirmou na GloboNews que é preciso ‘defender a democracia, e quem não vier é traidor’. Referia-se a Lula?”

Ciro Gomes respondeu:

“… na construção da democracia brasileira, pessoas com diferenças políticas irreconciliáveis foram capazes de deixar as discordâncias para a hora própria e construir consenso, o que fez a roda da história andar. O que o Lula está fazendo agora é atrapalhar a roda da história”.

Ou seja, não são a extrema direita, a direita tradicional/ centrão, do qual Gomes faz parte, os reacionários. O maior reacionário para ele, é Lula, o maior líder popular do país, o único que é visto pelas massas operárias como seu representante no regime político.

Ele ainda acrescenta que “para o lulo-petismo, é preciso que o Brasil sangre e pague o preço de não ter descido em Curitiba, destruído a Polícia Federal e tirado o Lula de lá e levado ele incensado para o poder. O Lula se corrompeu e está destruindo o PT.”

O oligarca vai além e se soma cada vez mais às críticas da extrema direita e da direita, de que Lula e o PT são corruptos, uma postura absolutamente reacionária, de quem, ao não ter argumentos políticos, recorre à velha acusação de corrupção.

As declarações de Ciro Gomes com críticas sistemáticas a ala lulista do PT, a quem caracteriza de “cúpula burocrática e corrupta”, são uma prova de que o pedetista é um dos principais elementos recrutados pela burguesia para compor e liderar a frente ampla/ amplíssima contra o PT, mais especificamente contra sua ala esquerda, representada na figura de Lula. Explica porque o ex integrante do PDS (Arena), faz de tudo para evitar mobilizações de rua.

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