Em mais uma Nota conjunta, divulgada no dia de ontem, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) – organização com mais de 4 mil sindicatos, criada como parte da luta efetiva dos trabalhadores por suas reivindicações contra a ditadura etc., se junta a outras entidades, algumas delas claramente vinculadas à burguesia, como Força Sindical (criada pela FIESP, para combater a CUT) e a UGT (ligada ao PSDB) e outras reunindo um pequeno grupo de dirigentes sindicais da esquerda pequeno burguesa, que se somaram à política de divisão da burguesia em construir “suas” centrais artificiais, como a CSP-Conlutas (do PSTU) e as “Intersindicais” (do PSOL e do PCB), para defender a “ampla unidade” com setores patronais e semear confusão, por exemplo, a defesa de uma suposta democracia, cujo resquícios deixou de existir no País, com o triunfo do golpe de Estado, em 2016, apoiado por várias das “centrais” signatárias do documento intitulado “A ampla unidade é essencial na defesa da democracia e dos direitos “.
A versão fantasiosa dos sindicalistas do “enfrentamento”, supostamente “realizado por meio de intenso diálogo”, representa apenas a tentativa de valorizar o “esforço” desses dirigentes que – em sua maioria – acataram a votando da burguesia, fecharam ate mesmo as sedes dos sindicatos, cancelaram todo tipo de atividade e até ofereceram as sedes de suas entidades
para os governos que estão organizando não só a matança dos trabalhadores, como também a roubalheira dos recursos públicos em favor dos banqueiros e dos grandes capitalistas, que estão recebendo centenas de bilhões, enquanto tentam conter a revolta dos trabalhadores com a esmola de R$ 600, que mais de 5 milhões de miseráveis não conseguem sequer receber.
As centrais destacam o “diálogo” com entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (ANAMATRA), o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (ABRAT), a Associação Nacional de Procuradores do Trabalho (ANPT) e outras, como tendo sido capaz de defender os trabalhadores na questão da MP 905, quando essa e outras iniciativas semelhantes não garantiram nada diante da ofensiva que a direita vem fazendo contra os direitos democráticos e trabalhistas do povo brasileiro, muitas das vezes – inclusive com o apoio destas e outras entidades, principalmente de setores das classes médias.
Essa política é claramente parte do esforço para defender a inutilidade concreta da “unidade” da CUT – organização que representa milhões de trabalhadores e que lutou contra o golpe e contra os ataques do regime golpista aos trabalhadores com “centrais”. e outras entidades que ou participaram diretamente do golpe e da aprovação das “reformas” contra os trabalhadores, como a Força Sindical ou apoiaram (e continuam a fazê-lo) os golpistas em questões fundamentais, como é o caso da encenação do “combate” à pandemia por parte dos governos da direita que, de fato, não existe.
Trata-se do esforço para reiterar, em uma situação bastante adversa para os explorados, a política de conciliação com a burguesia golpista, diretamente, como defendem os partidos que dirigem a maioria das centrais, por meio da “frente ampla”, da unidade com a direita golpista em uma falsa oposição a Bolsonaro (uma “oposição”. que faz críticas ao presidente mas aprova todas as suas medidas contra os trabalhadores, como ocorreu com a própria MP 905, na Câmara dos Deputados, presidida pelo “herói” dessa esquerda, Rodrigo Maia, do DEM).
Cinicamente a Nota destaca um suposto “envolvimento criativo de milhares de dirigentes e militantes sindicais das mais diversas instâncias”, descreve um “movimento coletivo” que revelou sua importância também pela intensa mobilização na base, quando a quase totalidade dos sindicalistas se colocou de “quarentena” e deixou milhões de trabalhadores entregues ä própria sorte.
Assinada por vários sindicalistas golpistas, alguns dos quais apoiaram a derrubada de Dilma e a prisão de Lula, a Nota faz uma dócil critica ao presidente ilegítimo Bolsonaro, a quem acusam de ter “intenções de destruir a democracia”, como se ela existisse no País, nada de “Fora Bolsonaro”, nem mesmo no momento em que o governo está promovendo, com toda a direita golpista, o maior genocídio dos trabalhadores, além da expropriação de sua renda, recordes de desemprego, fome etc.
Ao final, os sindicalistas reafirma que eles vão insistir na “luta” e na “busca ampliação do diálogo como um mecanismo para a superação desta dramática crise sanitária, econômica, social e política”.
Luta, não ha nenhuma da parte da imensa maioria desses senhores. Diálogo, só com com a burguesia golpista, pois fecharam os sindicatos para os trabalhadores.
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