Se utilizando de um subterfúgio farsesco de apurar um suposto desvio de verbas do Sistema S, de onde seriam financiados tráfico de influência no STJ – Superior Tribunal de Justiça, e no TCU – Tribunal de Contas da União, o juiz federal lavajateiro Marcelo Bretas, em 1º setembro, ordenou a bloqueio de até R$ 237,3 milhões em bens do advogado Cristiano Zanin e de seu escritório com o também advogado Roberto Teixeira, demonstrando o claro interesse de prejudicar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma vez que se trata de uma tentativa de inviabilizar a defesa dos advogados que o defende na ações da Lava Jato, conteúdo processual que foi conhecido ontem, quando teve levantado o sigilo dos autos e divulgada a decisão em questão.
Dentre os fatos narrados na denúncia do MP que relacionou os crimes e motivou a investigação estão os desvios de R$ 151 milhões em contratos feitos com a Fecomércio-RJ e pagos pelo sistema S para serviços de advocacia que não teriam sido realizados, no período de 2012 a 2018, sob a liderança de Zanin e Teixeira, envolvendo 26 pessoas ligadas a escritórios de advocacia por organização criminosa, estelionato, corrupção (ativa e passiva), peculato, tráfico de influência e exploração de prestígio.
A farsa, tanto quanto com Lula, acontece intermediada por uma delação premiada, artifício fraudulento já conhecido e que chantageia pessoas para dar declarações contra Lula, ou que o prejudiquem. Neste caso tem a participação do ex-gestor que foi presidente da Fecomércio, do Sesc e Senac Rio, Orlando Santos Diniz, também apontado como líder do esquema, que declarou ter se utilizado de formas de burlar a fiscalização de conselhos fiscais e do TCU. Bretas completa: “Ademais, os advogados tinham ciência, a princípio, de que estavam sendo pagos pela Fecomércio e, posteriormente com verba pública das entidades paraestatais, para atuar em favor de Orlando Diniz”.
As declarações de Zanin e Teixeira são de que são inocentes. Zanin em seu Twitter vem a público para se defender e dizer: “É fake a notícia de que foi apreendido o valor de R$ 237 milhões das minhas contas. Para além do abuso de autoridade e do lawfare, trabalham com a mentira e a desinformação mesmo contra alguém que sempre atuou na iniciativa privada.”
Na medida acolhida pelo juiz lavajateiro, a afirmação de que, tanto o escritório de que tanto Roberto Teixeira e Cristiano Zanin, “teria sido o precursor no recebimento de honorários advocatícios exorbitantes pagos pela Fecomércio/RJ em prol de interesses particulares de Orlando Diniz”. Zanin nega bloqueio afirmando que, não só não houve bloqueio, como nunca teve esse valor, e que, embora o juiz tenha dado a ordem, seu decisão é:” “novo grave e abuso de autoridade”.
O momento é oportuno para que a burguesia sequestre, com essa medida, documentos importantes que estão em posse de Zanin, segundo denunciou,documentos esses que após anos de requisição à justiça e revelações importantes sobre a operação lava a jato estão indo à público para derrubar de vez a operação lava jato e seus interesses espúrios que inclui prender o ex-presidente Lula a qualquer custo.