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Frente Ampla

PCdoB procura aliança com golpistas para colocar Bolsonaro “na linha”

É nesse sentido, aliando-se aos partidos tradicionais do imperialismo, como o DEM e o PSDB, que o PCdoB quer atuar.

Em matéria intitulada “A luta continua por democracia, soberania nacional e direitos do povo”, publicada no sítio Vermelho, do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o vice-presidente do partido, Walter Sorrentino, discorre sobre uma estratégia para “isolar e derrotar Bolsonaro”. Segundo ele, “a luta pela democracia, a Constituição de 1988, o Estado democrático de direito e as garantias fundamentais devem ser um eixo de unidade das oposições no Brasil, incorporando a todos quantos, movidos por quaisquer contradições, possam dar voz ao sentimento majoritário da sociedade civil que não dá respaldo aos arreganhos autoritários do governo Bolsonaro.”

Desta forma, fica claro que para o vice-presidente do PCdoB é necessário formar uma Frente Ampla de todas as oposições existentes contra Bolsonaro. O conceito de Frente Ampla de Sorrentino fica mais claro com a afirmação de que “a esquerda política e social e as forças progressistas devem liderar essa frente ampla e, ao mesmo tempo, produzir uma convergência programática para tirar o país da crise”.

O PCdoBista não explica claramente quais setores ingressariam na tal Frente, mas pelo caráter político da afirmação, e vindo do PCdoB, que tem defendido esta política há muito tempo, é implícito que não seria uma frente ampla das organizações de luta dos trabalhadores, mas uma frente política que incluiria diversos partidos burgueses e pequeno-burgueses contrários aos interesses da classe operária. Por isso fala que é preciso ignorar as “contradições”, unificar “todos” que “possam dar voz ao sentimento majoritário da sociedade civil que não dá respaldo aos arreganhos autoritários do governo Bolsonaro”.

Trata-se de uma política difundida pelo PCdoB contra a polarização política. Segundo o partido “comunista”, seria preciso unificar golpistas e não golpistas, esquerda e direita, trabalhadores e burgueses, para combater o “autoritarismo de Bolsonaro” e “tirar o país da crise”. Uma concepção que ignora totalmente a desagregação do regime político brasileiro e, portanto, o crescimento inevitável da polarização política.

Por isso, Sorrentino afirma que para isso acontecer “é preciso conscientizar, retomar a capacidade de falar para a maioria da sociedade, aquele imenso centro social onde perdemos parte da confiança e que não se vê retratado na polarização política de blocos.”

O problema, então, seria a polarização política que dividiu o país. Porém, a polarização, ao contrário do que apresenta a esquerda pequeno-burguesa, não é um mal a ser combatido. Pelo contrário, a polarização política é a expressão da luta de classes; é a forma que assume o aprofundamento da luta entre estas classes sociais. O que o PCdoB se propõe a fazer, assim, é justamente conciliar duas classes cujos os interesses são totalmente antagônicos. 

Na prática, essa tática de Frente Popular (frente política com a burguesia) só levou à derrota da classe operária. Nos anos 30, na Espanha, por exemplo, comunistas e socialistas se uniram a partidos supostamente da esquerda da burguesia, levando à derrota da classe operária pelo fascismo, com a instauração de um regime ditatorial que durou cerca de 40 anos. A derrota da Frente é inevitável pois, em nome da unidade, os trabalhadores são obrigados a abrir mão de seus métodos de luta e de sua política combativa para agradar os “aliados” que têm medo da revolução e da mobilização operária, e por isso sabotam e traem sistematicamente a ala esquerda da Frente Popular.

Com isso, fica claro que o PCdoB quer levar à derrota do movimento operário e popular. E isso fica expresso com muita nitidez em afirmações como “é preciso isolar Bolsonaro”, ao invés de derrubá-lo. Sorrentino busca uma alternativa eleitoral e parlamentar para a crise política, justamente pois eles mesmos têm medo da mobilização popular, que coloca em xeque sua política de aliança com setores da burguesia, como é levado adiante por Flávio Dino no Maranhão e Orlando Silva no Congresso. Nestes dois casos, o PCdoB uniu-se não somente a partidos burgueses oportunistas de menor porte, como PSB e PDT, mas a partidos tradicionais da burguesia, que levaram adiante o golpe de Estado, como o PSDB e o DEM de Rodrigo Maia. Vale lembrar que, no Brasil, os partidos com os quais o PCdoB quer se unir – e se une efetivamente – “contra” Bolsonaro, são justamente os partidos que o elegeram (sabe-se que a totalidade da burguesia golpista optou pelo fascista contra o PT). E, portanto, não se trata de uma frente de combate contra Bolsonaro. Por isso, o colunista do Vermelho afirma que “o problema real é unir, coordenar, mobilizar, ampliar a capacidade de resistência no Congresso e na sociedade civil”. Quer dizer, o PCdoB propõe uma aliança com golpistas limitada a moldes institucionais para “isolar” Bolsonaro.

O PCdoB não quer, portanto, escutar o grito do povo, que pede a derrubada do governo ilegítimo de Bolsonaro. Querem, sim, uma política para colocar Bolsonaro “na linha”, isto é, corrigir o governo – ajudar ele a governar. É a política defendida por todos os órgãos de imprensa da burguesia golpista e do imperialismo. Como se sabe, Bolsonaro não era o candidato preferencial da burguesia justamente por ter seus problemas, por isso o imperialismo procura mantê-lo na linha. É nesse sentido, aliando-se aos partidos tradicionais do imperialismo, como o DEM e o PSDB, que o PCdoB quer atuar.

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