A pandemia do coronavírus continua se expandindo pelo país. Atualmente, são 2.711.132 casos confirmados e 93.659 óbitos. Nas últimas 24 horas, foram registradas 1.088 novas mortes. Deve-se considerar a crônica subnotificação dos dados, o que significa que a situação é ainda mais grave.
O desemprego é uma marca de toda a situação nacional. Pela primeira vez na história, conforme apontam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o contingente de desempregados é maior do que o de empregados na economia. O governo Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) e o Congresso Nacional dominado pelos partidos políticos do Centrão (PSDB, MDB, DEM, Republicanos, Progressistas, PTB, Pl) apresentaram como única medida para a população a concessão de um auxílio-emergencial de R$ 600, no período de três meses. É importante recordar que o projeto original de auxílio era de R$ 200,00.
Os governadores estaduais da direita golpista, que se proclamaram como “científicos e razoáveis”, como o João Doria (PSDB), Ibaneis Rocha (MDB), Wilson Witzel (PSC), procederam à reabertura da economia em meio ao crescimento exponencial da pandemia. O discurso de que era preciso ficar em casa caiu por terra, justamente quando a pandemia se expandiu e passou a vitimar milhares de pessoas diariamente.
A volta às ruas nas escolas do ensino básico está em estudo pelos governadores e prefeitos. O retorno das aulas em meio à pandemia significa a exposição ao contágio de crianças, adolescentes, professores, funcionários da educação e os pais. As escolas passarão a ser um vetor fundamental de contágio massivo do COVID-19 entre as crianças e em suas casas.
Os governadores dizem que todas as condições sanitárias serão garantidas para evitar o contágio nas escolas. O que é uma falácia, uma vez que as escolas não têm infraestrutura e condições mínimas para a manutenção das atividades em circunstâncias tidas como normais. Em geral, unidades escolares têm infraestruturas obsoletas, faltam materiais pedagógicos e, inclusive de higiene, as salas de aula são superlotadas e os professores e funcionários recebem baixos salários. Reparos na infraestrutura passam anos à espera, isso quando são feitos.
A garantia de condições sanitárias nas escolas exigiria investimento público massivo, o que não vai acontecer. A direita jamais investiu na educação, não é agora que o fará. É preciso organizar a greve contra a retomada das aulas. A retomada só pode ocorrer quando houver vacina contra o COVID-19. Os conteúdos são plenamente possíveis de serem recuperados, o mesmo não acorre com a vida de milhares de crianças, adolescentes, pais, mães, professores e funcionários da educação.
Em um determinado momento, os governadores buscaram se distanciar de Jair Bolsonaro. Afirmavam demagogicamente que era preciso manter o distanciamento social. O que se visualiza é que, no geral, sua política em nada difere e jamais diferiu da política genocida de Bolsonaro.