As entidades estudantis União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), ambas controladas pela União da Juventude Comunista (UJS), juventude do PCdoB, divulgaram em suas redes sociais que estão defendendo a volta às aulas através da política do “retorno seguro” e numa publicação na revista Carta Capital, assinada pelo presidente da UNE, Iago Montalvão, defende a política absurda de “é preciso urgente voltar as aulas”.
Na publicação, a UNE chega a afirmar que “o Brasil é o país que teve escolas fechadas por mais tempo em todo o mundo. Em São Paulo, quase dez meses na rede pública municipal. As privadas reabriram seguindo protocolos de segurança, agravando ainda mais a desigualdade entres os ensinos”. Segundo a lógica da UNE, as escolas públicas deveriam voltar porque as escolas particulares já voltaram e pode aumentar ainda mais as desigualdades entre esses dois ensinos. É claro que é uma afirmação absurda e que a luta deveria para fechar a escolas particulares em meio a pandemia.
Essa defesa de um “retorno seguro” vem em resposta a políticos da direita científica, como o fascista João Doria, que está forçando professores, alunos e funcionários a voltarem as aulas em meio ao agravamento da pandemia.
A primeira farsa dessas duas colocações da direção da UNE e da UBES é sobre o retorno seguro. Não há nenhum retorno seguro nas escolas paulistas e de nenhum lugar do Brasil. Dentro das escolas faltam todo tipo de material de higiene, como sabonetes, papel higiênico e em algumas escolas faltam até água. E esses itens seriam o básico para o combate ao coronavírus.
As salas de aulas sempre foram superlotadas e em diversas cidades e bairros se manipulam as informações para que não haja redução do número de alunos por sala de aula, e mesmo que sejam em números reduzidos vão comprometer por completo a qualidade do ensino, sendo que os governos já ofereciam um péssimo serviço de educação.
O segundo ponto absurdo é a afirmação que “é preciso urgente voltar as aulas”. Não há nenhum motivo lógico para a volta às aulas e menos ainda de maneira urgente. Bolsonaro e a direita ‘científica’ estão colocando a população em uma situação extremamente crítica com o aumento exponencial de casos de contaminações e mortes por coronavírus, falta de leitos de UTIs, oxigênio para os enfermos, falta de remédios básicos e ainda sofrem da miséria devido a falta de condições econômicas para sobreviver.
Uma política capituladora e de apoio à direita genocida
A UJS faz um papel extremamente útil para a direita genocida que quer salvar os capitalistas da educação. Em vez de denunciar amplamente a política criminosa de forçar alunos, funcionários e professores a saírem de suas casas em meio à pior fase da pandemia de coronavírus realizada pela direita, faz coro que é possível voltar as aulas desde que haja medidas de fachada, como álcool gel ou coisa do tipo, que apesar de importantes não resolvem em nada a pandemia. Isso porque os alunos, professores e funcionários vão ter que sair de casa e enfrentar o local que mais se transmite o coronavírus: o transporte público. Serviço esse sempre lotados e sem nenhuma condição de evitar a propagação do vírus.
Essa política levada adiante pela UJS no comando da UNE e da UBES (além de outras entidades estudantis) serve apenas para corroborar com a política genocida de elementos mais repugnantes da direita nacional como o fascista governador de São Paulo João Doria. A direção dessas entidades capitula diante dos interesses dos capitalistas do ensino e da direita que querem jogar milhões de pessoas para se contaminar de coronavírus para que a burguesia não tenha prejuízos.
É a mesma política genocida da direita com um ar de ‘esquerda’ ou ‘progressista’, mas que apenas serve para enganar a população e justificar a política criminosa de volta às aulas. O PCdoB é um dos grandes entusiastas e propagandistas da frente ampla e o apoio a João Doria e outros genocidas é mais um resultado dessa política e que causará um enorme prejuízo para a classe trabalhadora.
É preciso denunciar essa política criminosa da direção da UNE e da UBES. Não há o mínimo de segurança para a volta às aulas e isso só pode ocorrer com vacina e com a pandemia controlada. Nada de acordos ou capitulações diante da política da direita.
A única medida é o repúdio total contra a volta às aulas e os governos como João Doria, mobilizando os estudantes e professores para uma grande e radical greve e impedir a abertura das escolas, públicas ou privadas, universidades e institutos federais, incluindo o famoso ensino a distância.