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Eleições EUA

“Viva Biden, fora a ditadura coreana”: Freixo pede bênção aos EUA

Deputado do PSOL faz campanha pelo reconhecimento da vitória de Biden

Em mensagem nas redes sociais, o deputado federal pelo PSOL, Marcelo Freixo postou a mensagem “crítica” ao governo Bolsonaro por ter demorado muito para mandar uma mensagem de felicitações para o John Biden pela vitória nas eleições norte-americana. No seu post, Freixo ironiza Bolsonaro comparando ao chefe de governo da Coreia do Norte, Kim Jong-un por ser um dos últimos chefes de Estado por não ter enviado mensagem para Biden.

“ Até o momento apenas Bolsonaro e o ditador da Coreia do Norte Kim Jong-un não reconheceram a vitória de Biden. Qualquer semelhança não é mera coincidência.”

A mensagem é mais uma demonstração de como Marcelo Freixo (e a esquerda em pequeno-burguesa em geral) se adapta cada vez mais ao imperialismo. Essa política é parte da classe média bem pensante que segue aquilo que defende a imprensa pró-imperialista internacional e consequentemente as forças políticas e econômicas que detém o controle sobre os meios de comunicação no planeta.

A tônica para essa esquerda que gosta de apresentar como “moderna” e “democrática” é seguir as recomendações gerais dos grandes conglomerados da imprensa, que apresentam invariavelmente posicionamentos que reforçam a dominação dos grandes capitalistas que detém o poder do dinheiro no mundo.

Além disso, essa posição do dirigente do PSOL representa uma sinalização para os donos do poder, que o PSOL é “radical”, porém não muito, e portanto seguem no fundamental as regras basilares de obediência e os parâmetros aceitáveis pela burguesia para o “ exercício da crítica. De maneira complementar, essa e outras declarações de Marcelo Freixo evidencia mais uma vez que existe um parâmetro comum de convivência dentro do regime político, em que políticos podem ser classificados como de confiança do sistema “democrático” controlado pelo imperialismo.

Dessa forma, falar mal da Coreia, da Venezuela e de Cuba é uma sinalização de que um determinado político ou partido, mesmo tendo um verniz de esquerda ou até mesmo se apresentar contra “tudo”, na verdade faz parte do esquema geral de funcionamento.

Do ponto de vista do conteúdo, a afirmação de Marcelo Freixo revela como a esquerda pequeno burguesa no Brasil e no mundo adotou uma política de completo seguidismo da política geral dos setores fundamentais do imperialismo, pois advogar que o presidente eleito dos EUA tem que ser obrigatoriamente bajulado e cortejado pelo presidente brasileiro é uma demonstração de subserviência no mesmo nível do que comumente é feita por Bolsonaro em relação Donald Trump, atual presidente norte-americano. Curiosamente, quando Bolsonaro rasteja aos pés das instituições ianques, e especial ao próprio presidente dos EUA, a esquerda nacional critica veementemente, mas como nessa mensagem de Marcelo Freixo revela, a esquerda pequeno burguesa, advoga uma subserviência em relação a Biden, pois  exige que o presidente brasileiro  o reconhecimento imediato do resultado eleitoral da última eleição presidencial dos EUA ( que somente se consumou efetivamente nos últimos dias, após a reunião formal do Colégio Eleitoral).

De uma forma geral, a esquerda apoiou a operação Biden, que consistiu em levar os trabalhadores e os explorados em apoiar a candidatura principal do imperialismo norte americano. Em nome do combate a Trump, as organizações da esquerda pequeno burguesa, em especial os chamados identitários, apoiaram Biden, o candidato dos falcões da guerra do imperialismo, dos mercados financeiros, o candidato responsável pelo encarceramento em massa dos negros nas prisões americanas.

No Brasil, a política de setores importantes da esquerda institucional, como PCdoB, direita do PT e PSOL, tem apresentado como eixo político no último período o estabelecimento de uma frente ampla, reunindo em torno de setores do centro político tradicional, que deu o golpe de Estado em 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff um leque de apoiadores, que tem levado á esquerda a ficar completamente a reboque da direita.

O PSOL tem participado ativamente dessa operação, em São Paulo, a candidatura de Guilherme Boulos foi amplamente apoiada pela imprensa capitalista para enfraquecer o PT, visando diminuir a polarização política, não por acaso os “balanços” eleitorais da imprensa capitalista festejam a ida de Boulos para o segundo turno das eleições em São Paulo como o indicador de uma “ nova esquerda” não petista. No Rio de janeiro, o próprio Marcelo Freixo foi um elemento central na operação frente ampla, na medida em que desistiu da sua candidatura à prefeitura em favor do candidato do Globo e da burguesia, Eduardo Paes.

Inclusive podemos afirmar que a política de Freixo no Rio de janeiro tem no seu fundamental, a mesma natureza da manobra em favor de Biden nas eleições norte americana, ou seja apresentar um espantalho de extrema direita para que a esquerda se sinta na obrigação de apoiar um candidato da direita tradicional. A esquerda pequeno burguesa brasileira participa através do PSOL da operação Biden brasileiro, cumprindo o papel de pavimentar o caminho para apresentar o centro como uma alternativa

A mensagem de Freixo comparando o Brasil de Bolsonaro ao regime coreano é na verdade mais um apoio a política do centro tradicional da política americana e ao mesmo tempo um ataque contra o governo norte-coreano, um governo de um país oprimido, mas que é alvo de ataques da imprensa internacional, pois não se enquadra nos padrões da “democracia” dos países imperialistas.

Por isso, a mensagem de Freixo apoio a Biden comparando Bolsonaro a um “ditador” pelo simples fato de não reconhecer o resultado das eleições, é uma indicação que não é uma mera coincidência.

Neste sentido, é preciso ficar atento e não se deixar engabelar pelo jogo de cena da imprensa capitalista, e nem pelo auxilio prestado pela esquerda pequeno burguesa.

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