Na madrugada de sábado para domingo, a PM catarinense invadiu uma festa de debutante e agrediu os participantes com balas de borracha e gás pimenta.
As vítimas, como de costume, foram moradores da periferia da Grande Florianópolis, que comemoravam o aniversário de 15 anos da menina K.M.R. no Centro Comunitário do Bairro Bela Vista. Pouco depois da meia-noite, a polícia entrou no salão e levou o equipamento de som. A música não estava alta, se tratando de uma festa familiar, mas mesmo que não estivesse, isso não justificaria a abordagem policial.
Quando questionados pelos pais que organizavam a festa, os policiais, que não estavam identificados, simplesmente mandaram calar a boca. “Foi um cenário de guerra. Os policiais entraram, quebraram parte da decoração, atiraram com bala de borracha, não queriam saber se tinha criança ou não. Chegaram a apontar a arma para uma criança deficiente auditiva. Eles nos trataram como animais, com injúrias raciais, a gente se sentiu humilhado” – relata um dos participantes.
Outro participante denuncia: “- A filha de 15 anos, que comemorava o aniversário, sofreu convulsões durante a invasão da polícia e chegou a ser agredida por um policial com um chute enquanto estava caída no chão. — Ele disse que ela estava fingindo e se negou a pedir socorro. Disse que se a gente quisesse chamar uma ambulância, que fosse até o orelhão para ligar.”
Os participantes eram constantemente xingados de preto lixo, vagabundos, macacos, preto sujo. A coordenação da operação parecia estar sob a responsabilidade de uma oficial feminina. Pelo menos 7 pessoas foram feridas pelas balas, além de outras que levaram chutes e golpes.
A mãe da adolescente e um tio foram levados à delegacia, depois de levarem murros, pontapés e golpes de cacetete. “Um policial me puxou pelos cabelos, eu estava com a minha filha de seis anos, ele me arrastou no chão, começou a me chutar. E a minha filha gritando. Foi horrível. Nos trataram como bichos. E a gente não podia falar nada, não podia abrir a boca ou perguntar alguma coisa que era agredido.” – conta a mãe.
Na delegacia, o delegado se recusou a pegar os depoimentos dos participantes. Apenas deu um termo circunstanciado para que assinassem e fossem liberados. Segundo a fantasia dos órgãos da imprensa burguesa, a Polícia Civil está investigando o caso.
A população da periferia sabe o quanto estas abordagens violentas são comuns. Este fato gerou repercussão e não pode ser escondido pela imprensa burguesa.
A situação que se repete em todo o País, mostra o caráter reacionário da PM, verdadeira máquina de guerra contra a população trabalhadora e a juventude e a necessidade da luta pela sua dissolução.
Evidencia também a urgência da organização nos bairros operários de comitês de autodefesa, para conter o avanço das polícias fascistas sobre a população pobre.