Um vídeo que mostra quatro policiais militares agredindo jovens em uma distribuidora de bebidas tem circulado nas redes sociais, desde que o fato ocorreu em Cuiabá-MT, no último sábado (21). Imagens como essa têm sido frequentes na internet, principalmente, com o debate sobre violência policial em alta após a criminosa chacina da PM em Paraisópolis, em São Paulo, no dia 1º de dezembro.
O vídeo em questão é de uma câmera de segurança de um estabelecimento comercial no Bairro Três Barras, na capital matogrossense. Nas imagens é possível ver quando uma viatura passa em frente à distribuidora e quatro policiais armados saem do carro. Eles se aproximam do local e os clientes colocam a mão da parede, cumprindo as ordens da abordagem, mesmo assim são agredidos com socos e chutes.
O tratamento agressivo da PM, principalmente, com trabalhadores não é novidade. No entanto, após o golpe de Estado de 2016 e a tomada do poder pela extrema-direita, instituições como a Polícia Militar e seus agentes têm se sentido mais à vontade para intensificar seus ataques contra a população nas periferias de todo o país. As estatísticas de mortes provocadas por policiais evidenciam esse fato.
No caso da abordagem aos jovens em Cuiabá, o 1º Comando Regional da PM/MT divulgou nota afirmando que “recebeu o vídeo com as imagens do ocorrido e sob acompanhamento da Corregedoria vai instaurar procedimento para apurar a conduta dos policiais”.
No entanto, quem acompanha as notícias policiais sabe que órgãos como corregedoria da polícia não punem os agentes envolvidos em desvios da função. E mesmo quando são punidos, na maioria das vezes esses policiais são afastados das ruas, passando a ocupar cargos administrativos, inclusive dentro das escolas que o governo está militarizando.
Nesse sentido, é urgente que a esquerda e os movimentos de luta por direitos mobilizem a população para reivindicar a dissolução da Polícia Militar. Protestos seguidos das chacinas provocadas pela polícia mostram que existe um sentimento de rejeição amplamente majoritário do povo contra a PM. É comum ouvir nessas manifestações o grito “Não acabou! Tem que acabar! Eu quero o fim da Polícia Militar”. Por isso, é necessário fortalecer a luta pelo fim dessa instituição que serve, apenas, para reprimir a população trabalhadora.