Os interesses econômicos venceram mais uma vez e foi definitivamente imposta a realização dos vestibulares da morte, que começaram neste domingo com a Fuvest em meio a um novo pico de casos e mortes por covid-19 no país. Assim o governador “científico” João Doria, ultrapassa Jair Bolsonaro também na realização das provas relativas ao exame da aglomeração da Fuvest, já que o governo federal que havia adiado por 60 dias o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), realizará o mesmo nas próximas semanas, agora com o aval de Doria. Para a Fuvest, se inscreveram no vestibular, no total, 130.525 candidatos, número um pouco maior que do ano anterior com 1,3 mil estudantes a mais.
O processo seletivo que oferece 8.242 vagas em cursos ministrados nas cidades de São Paulo, Bauru, São Carlos, Lorena, Piracicaba, Pirassununga e Ribeirão Preto foi imposto por interesses econômicos das escolas particulares de ensino médio e também dos cursinhos privados, uma espécie de máfia com interesses econômicos são muito fortes.
Além do imenso crime de colocar em risco de contaminação mais de 130 mil jovens e ao contrário da campanha fascista colocada há semanas de que a culpa pela contaminação é do povo é João Doria que impõe este risco a milhares de estudantes.
Os exames vestibulares sequer deveriam estar sendo realizados agora, em primeiro lugar pelo pico da mortalidade e em segundo, já que boa parte dos estudantes das escolas públicas não tiveram sequer internet em casa para acompanhar as aulas ao longo do ano. Fato que por si só já impõe uma enorme exclusão para milhares de estudantes das escolas públicas que agora concorrerão com àqueles que tiveram ao seu dispor tecnologia durante a pandemia.
O ex-presidente do Inep,José Francisco Soares, especialista em mensuração de desigualdade de ensino que entre 2014 e 2016 foi presidente do Inep, órgão do Ministério da Educação responsável pela aplicação do Enem e das demais avaliações da educação no país, reforça essa situação e confirma que os mais afetados pela paralisação das escolas serão os alunos do 3º ano do ensino médio das escolas públicas, ampliando novas camadas de desigualdade na educação surgidas durante a pandemia do coronavírus e prejudicando principalmente os jovens mais vulneráveis no terceiro ano do ensino médio, aumentando a já enorme desigualdade entre educação pública e privada; no entanto, ele defende que provas sejam mantidas na data prevista em 17 e 24 de janeiro.
Seja a Fuvest, seja o ENEM, seja qualquer outro vestibular que são propagandeados pela burguesia neo liberal como um exame justo, que mostra os ”melhores”, através da ideia da meritocracia, são na verdade barreiras anti-democráticas ao ensino superior e deve ter seu fim com o acesso automático à universidade de todos que tiverem o ensino médio concluído e que queiram continuar os estudos.
É preciso paralisar todo o ensino, todos os vestibulares até que a pandemia seja resolvida, com vacina.
Finalmente, diante dos ataques dos governos fascistas de Doria a Bolsonaro e todos os demais golpistas que defendem um regime neoliberal de destruição da educação de conjunto, é urgente a convocação de uma grande mobilização estudantil para a defesa de políticas que interessam, como a reivindicação imediata do governo tripartite nas universidades públicas para confrontar as intervenções bolsonaristas que vemos acontecendo em todo o país, e pelo Fora Bolsonaro e portanto pela restituição dos direitos políticos e candidatura de Lula a presidente em 2022.