Em março deste ano (14) a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL), foi vítima -com quatro tiros de metralhadora- de uma execução política e militar, juntamente com seu motorista, Anderson Gomes. O caso repercutiu em todo país, sendo ela mais uma entre as 500 pessoas que já foram mortas pela polícia carioca só em 2018.
O crime, que ocorreu em período na qual Marielle efetuou diversas denúncias contra a Polícia Militar e a intervenção militar no Rio, agora conta com novos nomes, como membros do assassinato brutal. Marcello Siciliano (PHS), que já possuía ligações com a família da vereadora, e o miliciano Orlando Curicica são apontados como mandantes da execução. Na manhã desta terça, 14, completou-se dois meses do homicídio da vereadora e, em ato organizado pela Anistia Internacional, junto a parentes e amigos, cobrou-se justiça, bem como uma solução para o caso.
Todavia já se sabe quem são os mandatários desta execução. Marielle, que em sua atuação realizou intensas críticas as Unidades de Polícia Pacificadora nas comunidades do RJ, bem como denúncias a atuação do 41° Batalhão de Polícia Militar (conhecido como batalhão da morte), foi uma assassinada política, da direita, e dos militares. Estes que diariamente apresentam política de guerra contra o povo.
O direitista Marcello Siciliano do PHS, bem como o miliciano Orlando Curicica, como se sabe, não serão verdadeiramente incriminados, uma vez que as próprias forças de repressão estão a par das investigações. Isso explica a falta de provas, bem como de novas evidências sobre o crime. Em abril deste ano, por exemplo, uma das testemunhas sobre o homicídio, Carlos Alexandre Pereira, foi misteriosamente executado, o que demonstra que não existe intenção em solucioná-lo de fato.
A mídia possui um importante papel neste sentido. Ao propagar o assassinato de Marielle, utilizou de tal crime como justificativa para a necessidade de uma intervenção militar no Rio de Janeiro. Tais afirmativas da imprensa burguesa vão justamente de oposto àquilo que Marielle lutava. Sua execução foi amparada pelos órgãos de repressão e até mesmo pelo Poder Judiciário.
Sendo assim a única forma de fazer justiça a morte de Marielle é através da mobilização popular. Combater nas ruas as forças de repressão do estado. A luta contra o golpe e contra a intervenção militar é a forma mais coerente de denunciar o assassinato brutal da vereadora. Logo a luta deve ser conjunta e intensa, através da formação de comitês de autodefesa e de luta contra o golpe e intervenção militar em todas as cidades do país.