A empresa Veracel Celulose, multinacional finlandesa, tentou realizar um despejo de famílias sem-terra de maneira ilegal através de pistoleiros travestidos de empresa de segurança na cidade de Belmonte, Extremo Sul da Bahia.
O caso que deu enorme repercussão na imprensa golpista ocorreu no dia 2 de julho após tentativas fracassadas da Veracel em despejar essas famílias de um de seus latifúndios grilados.
A tentativa de despejo sem nenhuma autorização da justiça e presença de policiais ocorreu na Fazenda Esperança e Mutum. Segundo informações, já havia sido realizado um despejo destas cerca de dez famílias no dia 27 de junho da mesma fazenda.
E no início da semana, as famílias voltaram a ocupar a Fazenda Esperança e Nova Mutum. Esta reocupação causou essa reação da Veracel em acionar a empresa de segurança contratada por ela, a GPS (antiga Visel que teve que mudar de nome devido ao modo como tratava os trabalhadores da região) para que ameaçassem as famílias e realizar o despejo de maneira completamente ilegal dessas 10 famílias de uma fazenda grilada e sem nenhum documento que está nas mãos da Veracel.
É importante lembrar que a empresa GPS é conhecida da região pelo método truculento e de humilhação da população que vive no entorno dos plantios de eucalipto e se deslocam por essas estradas e plantios que estão nas mãos da empresa Veracel.
Ao contrário do que a Veracel e a GPS afirmam, os seguranças andam armados e realizam rondas e abordagens ilegais de pessoas. Atuam como se fossem policiais.
A Veracel mandou um grande efetivo da empresa GPS para intimidar e forçar através de violência e ameaças, a retirada das famílias que ocuparam o latifúndio. Havia dezenas de “seguranças” e seis viaturas, além de um trator para destruir os barracos das famílias.
Diante da violência, as famílias apenas reagiram para se defender e ficar numa terra que pertence ao Estado e está sendo utilizada de maneira ilegal pela multinacional de celulose.
A imprensa burguesa e contratada pela Veracel está realizando uma enorme campanha contra essas famílias. Chamando de criminosos e aproveitando a situação para atacar todos os movimentos de luta pela terra da região, já que a Veracel possui grande quantidade de terras devolutas, pertencentes ao Estado e que deveriam ser destinadas a população pobre e trabalhadora.
Sindicatos, movimentos sociais e de luta pela terra, de direitos humanos e do meio ambiente devem se colocar ao lados dos trabalhadores explorados e massacrados pela multinacional do eucalipto.
É preciso rebater a campanha venal da empresa e realizar um movimento em defesa das famílias de trabalhadores sem-terra que estão a mercê de novos ataques da empresa de segurança contratada pela Veracel.