Esta semana o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), principal propagandista do Golpe de Estado dentro da esquerda brasileira, voltou a fazer frente com o imperialismo mundial contra a Venezuela. Reproduzindo uma nota escrita pela UST (Unidad Socialista de los Trabajadores, partido da esquerda pequeno burguesa venezuelana que apoia a tentativa do imperialismo de derrubar Maduro), o PSTU reproduz quase que na totalidade o discurso do imperialismo mundial que espalha mentiras sobre o atual governo de Nicolás Maduro e propõe colocar um governo neoliberal em seu lugar.
Assim como fizeram no caso do Golpe de Estado no Brasil, o PSTU é totalmente incapaz de compreender a situação política da América Latina e o avanço do imperialismo sobre a Venezuela, que há quase 20 anos sofre com uma politica de ataques e difamações permanentes. Ao invés de se opor ao imperialismo e combater a campanha pela derrubada do governo de Maduro, o PSTU insiste que a política correta deve ser a de tomar para si as palavras de ordem da direita venezuelana e do próprio imperialismo e por isso proclamam “não à ditadura, fora Maduro”.
De acordo com o PSTU, a crise econômica que a Venezuela atravessa seria produto das ações do governo Nicolás Maduro e este seria um ditador reacionário que precisaria ser derrubado. No entanto, em sua interpretação totalmente descabida da situação política em nosso país vizinho o PSTU esquece do fato mais importante de todos: a crise que abala a economia da Venezuela é um processo totalmente artificial produzido e impulsionado pela própria direita venezuelana e pelo imperialismo, sobretudo o norte-americano, através de vários mecanismos de boicote e de desvalorização da moeda nacional. O governo Maduro vive uma verdadeira guerra econômica contra o imperialismo que na realidade é uma guerra entre os interesses do povo venezuelano e os interesses do capitalismo internacional que pretende implantar em nosso país vizinho um governo submisso às vontades do sistema financeiro.
Em outro ponto o PSTU afirma, tal qual a imprensa burguesa e imperialista, que o governo de Maduro é uma ditadura e que as eleições na Venezuela teriam sido uma fraude. Assim como fizeram os governos extremamente reacionários do chamado “Grupo de Lima”, o PSTU também não reconhece o novo mandato de Maduro como legítimo e assume que a política correta deveria ser a de lutar pela derrubada do governo. O mais absurdo, é que o próprio PSTU se nega a denunciar a fraude eleitoral que colocou Jair Bolsonaro na Presidência da República no Brasil, apesar das grotescas manobras políticas e jurídicas que cassaram milhões de títulos de eleitor e retiraram o principal candidato da esquerda do processo eleitoral, o ex-presidente Lula. Dessa forma mais uma vez o PSTU faz uso da sua rotineira demagogia e de seu vocabulário aparentemente esquerdista, para travestir uma política oportunista extremamente reacionária como sendo de esquerda e mais uma vez mostra que é um legítimo representante do imperialismo dentro da esquerda.
Ao final da nota, depois de atacar e reproduzir a campanha imperialista contra a Venezuela, o PSTU ainda tem a cara de pau de afirmar que “rechaçam a ingerência imperialista e da direita continental” no país. De acordo com o PSTU, a atual campanha do imperialismo contra Venezuela, na qual inclusive existe a ameça de uma guerra aberta contra o país, serve apenas para pressionar o governo de Maduro a se alinhar ao capital internacional e não reconhece que há uma investida para derrubar o governo e colocar no poder um governo de ataque total contra a população. Por isso, defendem uma suposta “terceira via” que derrubaria o governo à esquerda, o que está totalmente fora da realidade atual do nosso país vizinho.
Assim como fizeram no Brasil, apoiando a destituição ilegal do governo Dilma Roussef, o PSTU apoia a derrubada de Maduro com argumentos quase idênticos aos que vemos todos os dias na imprensa burguesa e propõe que a classe operária venezuelana, que apoia o governo Maduro, assuma uma política suicida contra seus próprios interesses. O PSTU não percebe que o principal inimigo da classe operária venezuelana nesse momento é próprio imperialismo e se alia aos direitistas para atacar o nacionalismo burguês de Maduro.
Nesse momento, a política correta para o movimento operário é de apoiar o governo Maduro e de combater a investida do imperialismo sobre a América-latina, é preciso deixar claro que a campanha contra a Venezuela é uma estratégia para derrubar o governo nacionalista em favor dos interesses dos capitalistas internacionais que ambicionam tomar o controle da política e da economia assim como vêm fazendo em vários países através de sucessivos golpes de Estado.