No dia 11 passado, Nicolás Maduro, presidente da Venezuela veio a público para dizer:
“Quem são eles para tentar se impor à ameaça? Basta! É por isso que decidi dar ao embaixador 72 horas para deixar nosso país e exigir respeito da UE. Chega de colonialismo, intervencionismo. Ela emprestará um avião então eles vão. Se eles não respeitam, eles vão! ”
Era Maduro contra atacando uma ofensiva da União Européia determinando a expulsão da embaixadora da União Europeia no país, Isabel Brilhante Pedrosa, horas depois de Bruxelas anunciar novas sanções contra 11 dirigentes considerados próximos ao regime, entre eles o opositor dissidente Luis Parra.
Maduro explica que a resolução da UE é no sentido de punir a direção da Assembleia Nacional (AN), porque se negou a cumprir ordens da Embaixada da UE em Caracas. Segundo Maduro, a União Européia age de acordo com os desígnios do Presidente dos EUA que pretende apoio a Guaidó, chamado por ele de fantoche de Trump, rechaçado do controle da AN por uma articulação política, uma manobra bem sucedida dos Chavistas, que colocou Luis Parra no seu lugar de presidente o órgão constituinte.
Com razão Maduro, pois a UE sancionou o presidente da AN da Venezuela, a oposição Luis Parra e outros dez políticos, depois de acusá-los de “agir contra o funcionamento democrático” do Parlamento e de “despojar” sua imunidade ao ex-titular Juan Guaidó.
Também, no seu pronunciamento, lançou uma advertência ao embaixador da Espanha, Jesús Silva, ao acrescentar que “a Venezuela se reserva às ações diplomáticas” contra ele. O presidente denunciou que o político da oposição Leopoldo López, do partido Vontade Popular, usou a embaixada espanhola, onde se refugiou em abril do ano passado depois de uma tentativa frustrada de golpe de Estado, para planejar a incursão marítima militar mal sucedida dos últimos três anos.
O presidente afirmou que esses ataques buscam assustar cidadãos ou partidos que desejam concorrer às próximas eleições legislativas. “Eles dizem que quem quer que se registre será sancionado. Ah, que terror, não vamos adormecer”, disse Maduro, que pediu à UE que se preparasse para ver “eleições livres e transparentes, com a participação de milhares de candidatos”.
O bloqueio econômico imposto pelos EUA, com apoio da UE já desde 2017, isso não é de agora, e a sabotagem e violência da direita venezuelana que vem sendo aplicados há anos para tentar criar um clima favorável para a deposição do governo bolivariano, não tiveram êxito porque o apoio que o imperialismo têm da classe trabalhadora é nenhum. Apesar de todo o esforço em conseguir, com a ajuda de Guaidó, dar um golpe de Estado, não triunfaram por falta de base de apoio do trabalhador.
E na situação atual da pandemia esse apoio só tende a subir ao chavismo e a Maduro. As respostas de Nicolás Maduro à crise econômica agravada pela pandemia do Coronavírus tem sido a melhor de toda a região. Não é à toa que os venezuelanos que saíram da Venezuela por conta das consequências do bloqueio econômico estão retornando. A Venezuela testa muito mais o coronavírus que os vizinhos e já aplicou várias medidas efetivas para proteção do povo durante a pandemia, proibindo demissões e congelando os preços dos itens básicos.
Trata-se de um crime contra a humanidade as sanções da UE e de Trump, articuladas no meio de uma pandemia avassaladora, e tudo justificado pela falácia da “defesa da democracia”, o que no fundo, trata-se de pura demagogia e verdadeira perseguição política visando expropriar a Venezuela de suas reservas de petróleo. Para que isso aconteça esses países são capazes de tudo, até de se sujeitar à violação aos direitos humanos, que a esta altura, não é nada mais do que um obstáculo a ser contornado, mesmo que isso coloque em risco a população venezuelana, como foi o que fizeram, quando bloquearam as contas do governo em bancos estrangeiros, por exemplo, que impedindo o país de comprar alimentos, medicamentos e equipamentos, principalmente os necessários ao combate do coronavírus. Um gesto desprezível e vil contra a população, cujo sofrimento e penar nunca terá um ponto final, mesmo com a entrega das riquezas naturais do país.
Maduro age corretamente expulsando os agentes do imperialismo do país. E toda a esquerda precisa denunciar isso como um ataque e uma abominação imperialista, não só ao povo venezuelano, como à toda humanidade, pela afronta que é aos valores mais caros de preservação da vida e um assalto à soberania de um país.