O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enviou uma carta à alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, repudiando o relatório divulgado no último dia 5 que distorce a questão dos direitos humanos no país caribenho.
A carta foi lida em Genebra por Jorge Valero, representante da Venezuela na ONU.
O governo venezuelano denunciou o relatório como mentiroso e disse – corretamente – que ele segue a linha do Departamento de Estado norte-americano, de atacar de todas as formas o governo chavista.
Nesse final de semana, o povo venezuelano também saiu às de todos os estados do país em repúdio ao relatório, na jornada apelidada de Marcha pela Verdade. Em Caracas, milhares de pessoas compareceram à manifestação.
Movimentos populares de outros países, especialmente latino-americanos, aderiram ao repúdio, denunciando a farsa que é o relatório.
Dentre as distorções do documento, consta que, por exemplo, 80% das entrevistas realizadas para sustentar as afirmações e conclusões foram feitas com pessoas que vivem fora da Venezuela. Ou seja, que não têm um quadro completo e preciso do que se passa no país.
Bachelet viajou recentemente para a Venezuela, mas a esmagadora maioria das testemunhas colhidas foi de quem mora fora do país. Ela permaneceu lá por somente três dias, o que não ajuda a fazer uma pesquisa minimamente eficiente sobre os direitos humanos ou sobre qualquer outro assunto.
Além disso, o governo venezuelano apresentou diversos dados relevantes que simplesmente foram rechaçados pela comissária. Por outro lado, ela levou em grande consideração todas as mentiras espalhadas pela oposição golpista e pela imprensa capitalista, como, por exemplo, as denúncias infundadas sobre supostas torturas e assassinatos perpetrados pelas autoridades governamentais.
Ao mesmo tempo, não leva em conta as atrocidades cometidas pela extrema-direita que tenta dar golpes contínuos contra o povo – entre elas, as próprias tentativas de golpe e também os ataques violentos nas ruas, como linchamentos e assassinatos.
O relatório também ignora os efeitos do bloqueio econômico imposto pelo imperialismo – especialmente o norte-americano -, que é a causa principal da deterioração dos padrões de vida dos venezuelanos e da falta de comidas e remédios. Os bancos internacionais impedem o governo venezuelano de realizar transações, não podendo comprar produtos básicos, que tradicionalmente são importados para a Venezuela.
Dentro da própria Venezuela houve a expectativa de que, por ser do Partido Socialista Chileno e ex-presidenta de esquerda, Bachelet iria ajudar na promoção da verdade sobre o país. No entanto, é preciso lembrar que ela formou um dos governos mais direitistas dentre os governos de esquerda na América Latina e, só pelo fato de ter sido escolhida alta comissária da ONU, já seria perceptível que seu trabalho estaria diretamente coordenado com o imperialismo – que controla a ONU.