A direita avança a passos largos em seu projeto de privatização dos Correios que já está correndo em regime de urgência na Câmara dos Deputados e deve ir para análise no Tribunal de Contas da União (TCU) no segundo semestre de 2021. Tudo para servir aos interesses capitalistas diretos de empresas como Amazon, Mercado Livre, DHL, Fedex, Magazine Luíza, entre outros.
A venda da estatal faz parte do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que com a falsa ideia e a propaganda enganosa de que por meio de parcerias com a iniciativa privada, os serviços que deixarão de ser públicos, seriam mais eficientes. Para convencer parte da população a dar apoio ao crime da privatização, da entrega do patrimônio público, o governo da direita diz que a iniciativa privada que é contra qualquer auxílio monetário à população em plena pandemia, ampliaria a capacidade de investimento atual dos Correios de R$ 300 milhões para R$ 2 bilhões por ano.
De acordo com o diretor de privatizações do BNDES, Leonardo Cabral o certame da desestatização depende de outros órgãos e do aval do Congresso para ser iniciado. No último dia 28 de abril, o diretor golpista, anunciou que a privatização dos Correios está prevista para acontecer apenas em 2022, com a venda de 70% de todo capital. De maneira muito tranquila e confiando nos golpistas das demais instituições, Cabral disse:
“Isso nos dá o conforto que até o meio do ano o projeto vai estar deliberado pela Câmara e a gente assim consegue dar sequência ao processo. Já aprovamos com consultores a modelagem inicial e já está no detalhamento. Em agosto ou setembro a gente vai estar com uma transação pronta para ser deliberada pelo conselho de ministros e para análise do Tribunal de Contas da União (TCU) que deve terminar no fim de 2021”.
O objetivo da burguesia e do governo golpista de plantão, se o cronograma traçado pela equipe econômica de Paulo Guedes for seguido à risca, o edital de privatização dos Correios deverá ser publicado até novembro deste ano, com o intuito de impor a venda da empresa ainda no início de 2022, antes de o processo eleitoral deslanchar.
Para o governo entreguista de Bolsonaro entre agosto ou setembro, deverá ocorrer a deliberação pelo conselho de ministros seguindo para a análise do Tribunal de Contas da União (TCU). Após a aprovação do TCU, a intenção de Bolsonaro e Guedes é o edital do leilão de privatização que poderá ser publicado entre janeiro ou fevereiro de 2022.
Dentro deste plano, Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, declarou que quer agilizar a aprovação no Congresso Federal da privatização dos Correios para junho ou julho. Tal notícia mostra bem claramente a disposição da burguesia golpista em acelerar a entrega de uma das maiores empresas estatais do Brasil para os capitalistas.
Há um acordo e unidade entre as diferentes alas da direita golpista para privatizar os Correios. Nesse ponto, não deve haver dúvidas de que o objetivo é destruir a empresa pública.
Enquanto a burguesia está unida em torno de seus interesses monetários do lado do movimento sindical não há uma mobilização real e isso é um problema real, pois a burguesia e seus capachos só entendem uma linguagem, a da força. Para que o governo Bolsonaro e os deputados recuem, os trabalhadores precisam estar mobilizados.
No entanto, a política desmobilizadora do fica em casa da esquerda pequeno burguesa está abrindo o caminho para a privatização, facilitando assim a vida dos golpistas. Esses sindicalistas que se recusaram a sair de casa, deixando centenas de trabalhadores dos Correios morrerem em plena pandemia, agora estão preparando o caminho para serem cúmplices da privatização.
Os trabalhadores dos Correios que há mais de um ano estão trabalhando totalmente expostos ao vírus, agora correm o risco de sofrer uma derrota histórica com a privatização dos Correios e perderem seus empregos. É preciso urgentemente que os sindicatos da categoria e a Fentect (Federação Nacional dos trabalhadores da ECT) saiam debaixo da cama, e partam para a mobilização ativa dos trabalhadores nos setores de trabalho.
Sem essa mobilização, sem convocar os trabalhadores para a luta, Bolsonaro e os golpistas aprovarão a privatização e entregarão o grande patrimônio nacional do Correios, os empregos e os direitos dos trabalhadores na lata do lixo, elevando a miséria de mais de 100 mil famílias em todo o país. Será uma derrota sem precedentes não só na história dos trabalhadores dos Correios, mas de todo o povo brasileiro.
