Sob pressão da direita, o jornalista Glenn Grrenwald está cedendo as publicações dos vazamentos da Lava Jato para a imprensa golpista. O fundador do The Intercept já estava trabalhando em conjunto com o colunista Reinaldo Azevedo, hoje na Bandeirantes, um dos principais defensores do golpe de Estado, e com a Folha de S. Paulo, um dos três maiores jornais golpistas junto com o Globo e o Estado de S. Paulo. A partir de hoje, Glenn trabalhará também com a revista Veja.
A entrada da Veja no caso deixa claro o enorme erro cometido pelo jornalista do The Intercept. Se a presença da Folha e do colunista Reinaldo Azevedo (pelas suas posições críticas à Lava Jato) podiam deixar dúvidas, a presença da Veja mostra que o objetivo da imprensa golpista ao “compartilhar” as informações vazadas para Glenn é na realidade sufocar e controlar o que será divulgado.
É preciso ter claro que toda a imprensa golpista funciona como um grande cartel controlado pelo monopólio de poucas famílias. Esse cartel foi fundamental pelas mentiras que colocaram em marcha a campanha pelo golpe de Estado e a perseguição de Lula. Sem a imprensa golpista, o golpe de Estado teria muito mais dificuldade de ter sido colocado em prática. É possível inclusive sem exageros dizer que sem o monopólio da imprensa, a direita golpista teria sido fracassada no golpe de Estado.
No caso específico da revista Veja é preciso lembrar que ela foi talvez entre os órgãos de imprensa a maior defensora da Lava Jato… e ainda é.
Os vazamentos ficarão à mercê das interpretações fraudulentas da imprensa golpista e de um filtro que vai deixar passar apenas aquilo que é de interesse da burguesia. Não dá para acreditar nem um segundo sequer nessa imprensa que age a serviço dos interesses da direita golpista e que é na realidade o órgão oficial do golpe e portanto da própria Lava Jato.
Os vazamentos deveriam servir como um instrumento de campanha para colocar um fim à Lava Jato, libertar Lula e derrubar o regime golpista. A direita, com certeza, tem interesses opostos a estes.