Lançada nesta semana, a mais nova pesquisa do Datafolha sobre torcidas de futebol vem causando polêmica.
Primeiramente, como toda pesquisa feita por um órgão da burguesia, devemos sempre ter cautela ao analisa-la devido ao alto grau de manipulação de acordo com os seus interesses.
A influência dos clubes mais ricos é visível principalmente em regiões como o sul, onde no lugar dos tradicionais clubes dos estados, a pesquisa indicaria que na verdade a grande maioria torceria para times do eixo Rio-São Paulo. Mostrando tanto a manipulação quanto a interferência dos meios de comunicação, que tradicionalmente dão muito mais cobertura aos times do sudeste.
Contudo, além da polêmica a respeito das torcidas, outro fato chama a atenção. Fato esse aproveitado cinicamente pela revista Veja, que vai ao ataque direto ao futebol brasileiro.
De acordo com a pesquisa, e reforçado pela revista, boa parte da população brasileira na verdade não torceria para clube algum. Algo prontamente utilizado para rebaixar um dos maiores símbolos da cultura brasileira, o futebol.
A partir destes dados, verdadeiros ou não, a revista Veja desferiu um ataque oportunista ao esporte e ao país. Trazendo em sua manchete um aviso claro de sua política “o Brasil não é o país do futebol”, atacando o que é internacionalmente uma das fontes de maior orgulho nacional para nós brasileiros.
Com isto, a Veja segue a risca as manchetes feitas pela imprensa dos países imperialistas, que na ausência de um futebol como o brasileiro, são obrigados a rebaixar o nosso esporte, com o intuito de se dizerem superiores a nós.
Ora, e mesmo os dados sendo verdadeiros, é óbvio a manipulação que está em sua volta. Já que o futebol brasileiro, esporte parte da cultura popular, vai além do simples fato de torcer para um clube (o que é o mais comum), atingido setores da sociedade, que sem ter o compromisso com time a ou b, praticam e vibram com o esporte.
Por isso, a matéria da Veja não é um mero ataque ao esporte, mas também uma ataque a nação, rebaixando nossa cultura e atacando assim o próprio povo.